Nome: Thiago Luis Felipe Brito
Categoria: Energia
Instituição: Instituto de Energia e Ambiente – Universidade de São Paulo
Formação: Graduação – Relações Internacionais; Mestrado – Energia; Doutorado (em andamento)
ANPG: Fale um pouco sobre o que é o projeto que você irá apresentar durante o Fórum.
Thiago Brito: Meu trabalho é o projeto que desenvolvo em meu doutorado. Como ainda estou no primeiro ano, tenho apenas rascunhos e um pequeno artigo escrito sobre o tema – por isso inscrevi meu trabalho na categoria “Best Innovation Idea”. A pesquisa que desenvolvo é na área de substituição de combustíveis de veículos pesados rodoviários (caminhões), especialmente o óleo diesel por gás natural. Através da revisão bibliográfica que realizo e de conversas com especialistas internacionais na área de transportes e energia, tenho observado que o gás natural é adotado em frotas do mundo inteiro por ser considerado um combustível mais limpo e sustentável. O gás, ao substituir o diesel, tem um potencial de redução de emissões de gases de efeito estufa (especialemente o CO2) e poluentes tóxicos (como o material particulado). Durante o mestrado, estudei a possibilidade de inserir o gás natural na frota de ônibus do transporte público da cidade de São Paulo. Agora no doutorado, buscarei trabalhar com ônibus e caminhões para o transporte rodoviário através de um conceito chamado de Corredores Azuis (Blue Corridors). A cor azul é uma referência à coloração da chama do gás natural. Este conceito trabalha a possibilidade de inserção do gás natural em rotas específicas de maneira mais atrativa economicamente.
ANPG: Na sua opinião, qual a importância de cooperação científica entre os países dos BRICS e da União Euroasiática?
TB: A união entre pesquisadores de países emergentes é essencial, no meu entender, para que a ciência destes países possa crescer e atrair investimentos. Atualmente somente revistas e periódicos científicos hospedados nas universidade dos países mais ricos possuem visibilidade. Uma união entre membros dos BRICS poderia, por exemplo, produzir uma publicação, com o mesmo rigor científico, mas em que o acesso fosse menos restrito.
A participação no 1º Fórum de Inovação da Juventude dos BRICS e da União Eurasiática mostra-se especialmente interessante para pesquisadores brasileiros, cujas universidades estão sofrendo com os cortes de verbas esse ano. O fórum visa promover a aproximação entre o pesquisador e o investidor, podendo assim representar um caminho alternativo àqueles que são afetados pelos cortes.
ANPG: Na sua opinião, qual a importância da iniciativa da ANPG de levar pesquisadores brasileiros para representar o país no Fórum?
TB: No Brasil, como ainda não há o reconhecimento da profissão de cientista/pesquisador, é importante que instituições como a ANPG tomem a iniciativa de participar de ambientes que possam alavancar e dar visibilidade às ideias e ao conhecimento que está sendo desenvolvido no país. Agradeço ao convite para compor esta delegação e à liderança da ANPG neste processo, nas figuras de Thomas e Tamara.
Da redação