Em tempos de propalada crise, a solução encontrada pelo Governador Geraldo Alckmin é cortar os investimentos na Educação e Ciência e Tecnologia. Essa medida vai na contramão do das medidas adotadas pelo Governo Federal, que reduziu salários dos mandatários. O Governador de São Paulo, sem qualquer consulta à população ou negociação com o parlamento tem sucateado a educação pública em todos os níveis, desde o ensino básico até a pós-graduação. Acompanhe abaixo:
Pesquisa recebe menos
Peça publicitária constante na campanha do então candidato a reeleição, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) teve queda de 10% no montante gasto com as bolsas de mestrado e doutorado. O número equivale a R$13 milhões a menos destinado à formação de pesquisadores pela agência no período janeiro-agosto de 2015.
As bolsas de mestrado sofreram um corte de 19% a menos do que o gasto no mesmo período de 2014, enquanto as bolsas de doutorado tiveram 6% a menos. Segundo o relatório de atividades da Fapesp, 11.197 bolsistas foram beneficiados no ano passado.
A agência defende que a redução nos desembolsos se deve à queda de arrecadação do Brasil e do Estado, já que a Fundação é financiada por uma parcela fica de 1% do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços (ICMS).
Universidades também sofrem com repasse
Além da agência de fomento, três universidades estaduais paulistanas – USP, Unesp e Unicamp – tiveram suas respectivas verbas reduzidas para o orçamento de 2016, valor que pode chegar a cerca de R$400 milhões. A previsão para 2015 era de R$ 9,8 bilhões para as três Instituições, enquanto para 2016 o valor cairia em R$400 mil, ou 4,1%. Porém, as previsões para esse ano também não foram cumpridas.
As IES gastam quase toda a receita vinda do Estado com os salários de professores e técnicos. A USP usa cerca de 102% dos repasses com a folha e tenta reverter os gastos congelando contratações e obras, além de um plano de demissão voluntária, quando 1,4 mil servidores deixaram a instituição.
Já a Unesp prevê que, até o fim deste ano, irá utilizar mais do que recebe do Estado para pagar docentes e funcionários, enquanto a Unicamp acredita que terminará o ano com 94% do repasse com a folha.
Ensino Básico também é alvo do governo tucano
Além do problema com verba, o Governo do Estado acredita que reorganizar a educação nas escolas do Estado. Tal reorganização faria com que as escolas fossem divididas entre instituições de 1º ao 5º ano, do 6º ao 9º e do Ensino Médio.
Tais decisões feitas por Alckmin não foram discutidas com a população e atacam diretamente a rotina das famílias, no caso das escolas, como a vida dos estudantes do ensino superior e pesquisadores. O governador mexe diretamente com o avanço da educação brasileira ao tomar tais decisões.
As entidades ligadas ao alunos, pais, professores e trabalhadores da rede estadual de ensino alertam a população que o plano de reorganização já prevê o fechamento de mais de 300 escolas por todo o Estado e que da última vez que um Governador tucano fez isso – Mario Covas, em 1996, com Geraldo Alckmin como vice-governador – mais de 20.000 professores foram demitidos e o plano foi revisto após inúmeros protestos. As demissões de professores não foram revistas.
Da redação
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[G1]Veja o que já está definido no plano de reorganização do ensino em SP
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