Manifestantes tomam as ruas do Brasil em defesa da democracia

carteira de estudante

Ato 16-12-2015

100 mil Manifestantes dão resposta nas ruas de São Paulo à tentativa de golpe que está em curso no país. ANPG esteve presente nos atos em várias cidades do Brasil

Ontem (16), foi o dia nacional contra o impeachment, o ajuste fiscal e pelo “Fora Cunha”, uma resposta popular ao processo ilegal aceito pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para tentar desestabilizar o governo da presidenta Dilma Rousseff sem que haja qualquer base legal ou prova contra ela.

Em São Paulo, 100 mil pessoas marcharam da Avenida Paulista até a Praça da República. Para se ter ideia do tamanho do ato, enquanto o início da manifestação já descia a Avenida da Consolação, o final do ato ainda estava quase em frente ao Masp, 5 km atrás.

Pelo Brasil todo foram mais de 20 manifestações organizadas em diversas cidades. Movimentos sociais, entidades sindicais, organizações de negros, mulheres, LGBTs, professores e estudantes protagonizaram com muita unidade mais um capítulo de coragem em defesa dos princípios democráticos.

ESTUDANTES CONTRA CUNHA!

Ato 16-12 2 SP

A ANPG, assim como outras entidades estudantis, UNE, UBES e UEE-SP, esteve presente na manifestação desta quarta-feira, por considerar esse um momento político muito delicado, em que a democracia corre sérios riscos.

“A ANPG tinha que vir nessa manifestação. Nossa entidade foi fundada em 1986 no bojo do movimento pela redemocratização e pela conquista dos direitos sociais e dos(as) pós-graduandos(as). Fieis a esse espírito viemos aqui hoje dizer que não aceitamos o golpe que é o impechment, sem base legal, da presidenta Dilma, e pedir o fora Cunha. Mas, reforçamos também que não dá pra continuar com essa política econômica recessiva comanda pelo Levy. O governo precisa mudá-la”, opina Cristiano Flecha, vice-presidente da ANPG, que esteve presente no ato em São Paulo.

De cima do carro de som, a presidenta da UNE, Carina Vitral, falou da história dos estudantes sempre ao lado da democracia e, principalmente, defendendo a legalidade.

“Nós temos autoridade moral para falar de impeachment, nós fomos os caras-pintadas que derrubamos pela primeira vez um presidente da República através de impeachment. Nós sabemos ler a Constituição, sabemos que tem que ter crime de responsabilidade. Diferente do ex-presidente Collor, não tem nenhuma acusação contra a presidenta Dilma. Por isso, nós dizemos não ao impeachment! E também Fora Cunha! Nós queremos ele fora da Câmara dos Deputados já!”, ressaltou.

Ato 16-12

Muito aplaudidas e lembradas pela atuação vitoriosa dos estudantes secundaristas paulistas na ocupação de escolas que impediu o fechamento de 94 instituições de ensino no Estado, a presidenta da UBES, Camila Lanes, e a presidenta da UPES, Angêla Meyer, também puxaram o coro contra o golpe durante a manifestação.

“A UBES é totalmente contra o impeachment e o maior golpista do Brasil, o deputado Eduardo Cunha, que nunca nos representou. O nosso pedido é que ele renuncie ao seu cargo e deixe o seu posto. Os estudantes defendem o povo brasileiro, a Petrobras, a democracia e mais educação. Fica Dilma, mas melhora, pois a nossa juventude necessita de mais direitos”, declarou Camila.

ATO EM BRASÍLIA E 3ª CONFERÊNCIA NACIONAL DE JUVENTUDE

Ato em Brasília. Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Ato em Brasília. Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Diretores da ANPG também estiveram presentes na manifestação em defesa da Democracia, que ocorreu ontem em Brasília. Segundo os organizadores, cerca de 5 mil pessoas já estavam concentradas por volta das 18h30, em frente ao estádio Mané Garrincha.

Os manifestantes caminharam cerca de 5 quilômetros do estádio até o Congresso Nacional. Assim como em São Paulo, o ato na capital federal pedia a saída de Eduardo Cunha da presidência da Câmara e protestava contra a abertura do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff.

Dentro do estádio, a presidenta participava da 3ª Conferência Nacional da Juventude ao lado do ex-presidente do Uruguai e atual senador José Mujica, onde também a presidenta da ANPG, Tamara Naiz, estava: “A juventude partipante em alto e bom som disse que ‪não vai ter Golpe‬! Na 3ConfJuv, a juventude brasileira está discutindo as várias formas de mudar o Brasil!”.

Com o tema “As várias formas de mudar o Brasil”, a 3ª Conferêncial Nacional de Juventude, iniciada ontem (16), segue até sábado (19), no estádio Mané Garrincha, em Brasília.

A caminhada dos manifestantes seguiu para o Congresso por volta das 19h50. Três das seis faixas de trânsito do Eixo Monumental no sentido Congresso Nacional foram interditadas pela polícia. Por volta das 21h30 os manifestantes chegaram ao gramado em frente ao Congresso gritando várias palavras de ordem contra Eduardo Cunha, principal alvo do protesto. Por volta das 22h, os grupos começaram a se dispersar.

Tamara Naiz, presidenta da ANPG, e Maria das Neves, da UBM durante o ato em Brasília
Tamara Naiz, presidenta da ANPG, e Maria das Neves, da UBM durante o ato em Brasília

“Foi bonito de se ver, numa marcha de duas horas os milhares de manifestantes afirmarem a defesa da nossa democracia e a necessidade de mudança na política econômica!”, disse Tamara.

Da redação com informações da UNE, da EBC e do Conjuve