ANPG convoca pós-graduandos e pós-graduandas a participarem dos atos organizados em São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte contra o aumento da tarifa
Nos últimos anos, governadores e prefeitos têm se aproveitado do recesso e das férias escolares para jogar no alto a tarifa cobrada pelo transporte coletivo. E mesmo em tempos de crise, o poder público não poupa os bolsos da população. Entre o fim de dezembro e o começo de janeiro, o preço das passagens foi reajustado em 23 cidades brasileiras.
Em contrapartida, o valor das bolsas de pós-graduação, defasado desde 2013, último aumento concedido, não cobre plenamente todas as despesas que o/a pós-graduando/a tem para manutenção de sua vida cotidiana e acadêmica. Além disso, não é raro, diante do atual cenário de crise, acontecerem atrasos no pagamento dessas bolsas, fato que tem indignado toda a categoria que conta, muitas vezes, apenas com a bolsa para sua subsistência. Diante de todo esse cenário, o aumento da tarifa do transporte público agrava ainda mais a difícil situação do/a pós-graduando/a.
Para efetivar o direito da população à cidade, as catracas devem ser livres, com o custo do sistema otimizado e distribuído a todos os contribuintes, não apenas os usuários. Esse tipo de matriz de financiamento já acontece em todos os serviços essenciais, que atendem a direitos, como educação, saúde e segurança. Por que não incluir o transporte como serviço essencial?
“O poder público precisa parar de operar em benefício das transportadoras e atuar em benefício de milhões de usuários do sistema de transporte público. Enquanto não houver uma firme decisão de transformar a matriz de financiamento, o transporte público continuará sendo um serviço e não um direito”, diz Marcelo Arias, diretor de Comunicação da ANPG.
A ANPG convoca, então, o movimento nacional de pós-graduandos a se unir aos demais estudantes e movimentos sociais, que irão às ruas contra o aumento da tarifa de ônibus, trem e metrô em São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Um ato unificado está marcado para a amanhã (08), nas três capitais, com concentração nas regiões centrais dessas cidades.
Na capital mineira, o ato tem início às 18h, na Praça Sete de Setembro, no Centro, e vai juntar esforços de toda a região metropolitana. Em São Paulo, a concentração começa às 17h no Teatro Municipal e, no Rio de Janeiro, a passeata parte da Cinelândia no mesmo horário.
Reajuste em São Paulo
O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), e o governador Geraldo Alckmin (PSDB) decidiram reajustar as tarifas de ônibus, metrô e trem a partir de 9 de janeiro de 2016.
O bilhete unitário foi reajustado em 8,57%, passando dos atuais R$ 3,50 para R$ 3,80. A tarifa com integração entre ônibus e trilhos aumentou de R$ 5,45 para R$ 5,92. As tarifas dos bilhetes mensal, semanal, diário e madrugador permanecem congeladas.
O percentual de reajuste foi abaixo da inflação acumulada no período, de 10,49%, segundo o IPC-Fipe.
Da redação com informações da UNE e do G1