Por Caiubi Kuhn*
A busca pelo emprego, em especial pelo primeiro emprego é um dos grandes desafios da juventude. Afinal muitas das oportunidades existentes têm como pré-requisito ter tido experiências anteriores. Quando a pessoa não é qualificada esse desafio aumenta ainda mais.
Antes de tudo, como disse em outro artigo, a busca por empregos hoje no mundo ultrapassou as fronteiras dos países. Se hoje as grandes empresas são internacionais o seu quadro de funcionários também é. Esse quadro tem a se ampliar cada vez mais, hoje temos milhares de jovens tendo uma formação de qualidade em muitos países em desenvolvimento e em muitos países desenvolvidos a busca por empregos é a principal preocupação da juventude. Nestes países existem muitos jovens capacitados, mas que não conseguem achar na sua cidade ou mesmo na sua nação uma vaga de emprego. Pois bem, estas pessoas irão procurar oportunidades onde elas tiverem. Então posso dizer que hoje, nós jovens, disputamos sim empregos com pessoas formadas em muitos países do mundo.
Neste mundo internacional do trabalho, ter uma formação de qualidade deixou de ser um diferencial e passou a ser um ponto básico, assim como o domínio de idiomas passou também a ser pré-requisito. E não estou falando só das pessoas que irão trabalhar lá fora, quem for trabalhar aqui mesmo no Brasil precisa disso, pois hoje cada vez mais utilizamos informações e tecnologias de muitos outros países.
Para completar o cenário sobre o emprego, além da dificuldade de conseguir acesso ao mercado de trabalho, o jovem é o mais afetado pelas crises existentes, pois mesmo com mundo do trabalho em expansão muitos jovens já tem dificuldade de acesso ao emprego e renda, imagina então como fica a situação da nossa juventude na crise? Sem expansão do mundo do trabalho os jovens que buscam por emprego ficam com oportunidades cada vez mais escassas.
Os desafios são muitos, em tempo de crise, em um país com grandes problemas educacionais e estruturais é preciso desenvolver ações que possam mudar a realidade. Mas como fazer isso em um país onde política para juventude é escassa? Será que a necessidade a realidade dos jovens está entre as prioridades dos governos?
*Caiubi Kuhn é professor do Instituto de Engenharia da Universidade Federal de Mato Grosso e Diretor de Política Educacional da Associação Nacional de Pós-graduandos.
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