Recentemente os diversos atores, atrizes e entidades que constroem a luta pela construção e consolidação do Sistema Único de Saúde foram surpreendidos neste final de semana com a divulgação do Fórum que discutia a construção de um “Novo Sistema Nacional de Saúde” organizado pela Federação Brasileira de Planos de Saúde – FEBRAPLAN. Com justificativa de novidade e acumulação, esta proposta não evoca as formulações expressas na VIII Conferencia Nacional de Saúde ratificadas na Constituição Cidadã ao buscar legitimar a aquisição de planos de saúde populares, com assistência comprometida à ideia de pagamento. Passados apenas 30 anos da Constituição de 1988 e da criação do SUS, os setores que balizaram o golpe de 2016 querem consolidar a retirada do direito universal à saúde.
O SUS, que nunca teve seu problema de subfinanciamento devidamente enfrentado, figura, sem dúvidas, dentre os mais bem estruturados modelos de saúde do mundo, sendo o único sistema universal de saúde no mundo que atende a mais de 100 milhões de pessoas. Países que possuem sistemas semelhantes investem cerca de 9% de seus PIB’s em saúde pública enquanto no Brasil o investimento chega a apenas 4%. Ações recentes como a EC 95 que congela por 20 anos os gastos públicos em saúde, educação e assistência social podem de fato, ferir de morte este sistema.
A Associação Nacional de Pós-graduandos se coloca contra qualquer alternativa ao SUS. Conclamamos toda a sociedade a levantar-se contra o desmonte do Sistema Único de Saúde e à retirada do direito universal à saúde pública, gratuita e de qualidade e dos demais direitos democráticos duramente conquistados pelo povo brasileiro.
Diretoria Executiva ANPG,16 de abril de 2018