Minas Gerais está enfrentando uma crise financeira que tem refletido em políticas públicas básicas como Ciência e Tecnologia. Os cortes executados pelo governo federal impactaram de maneira voraz em fundações estaduais e institutos de pesquisa o que ajudou a gerar atraso nos repasses de verbas do governo estadual através da Secretaria da Fazenda à FAPEMIG – Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais, agência mineira de fomento à Ciência e Tecnologia, setor essencial para o desenvolvimento do estado.
Com atrasos frequentes dos repasses, pesquisadores bolsistas vinculados à FAPEMIG estão enfrentando dificuldades estruturais como relata Renata Ranielly, mestranda do Programa de Pós-Graduação em Fitotecnia da UFV ao afirmar que “aluguel tem data para vencer” e muitas vezes faltam condições de se alimentar, mas que mesmo com todas as dificuldades de se manter pesquisando, ela considera a pesquisa científica “engrenagem para o desenvolvimento de um país”, afirma que escolheu ser pesquisadora porque “é fascinante ver uma ideia sair do papel para realidade e gerar resultados que possam mudar a história do nosso país”, mas pondera ” infelizmente, isso é quase impossível por conta do sucateamento” [da Ciência e Tecnologia].
Para compreender melhor a razão dos atrasos e saber o porquê da demora no pagamento das bolsas quando as gestoras recebem a verba, Diogo Baiero e Marianna Ribeiro, Diretores da Associação de Pós-Graduandos estiveram na sede Fundação Arthur Bernardes – FUNARBE e conversaram com Frederico Carmo, do Núcleo de Gestão de Recursos que explicou os trâmites para que o dinheiro chegue na conta do bolsista.
Carmo destaca que do recurso a ser empenhado à FAPEMIG até chegar na conta do bolsista há um longo caminho percorrido e que as burocracias bancárias de compensação dos valores contribuem com a morosidade no pagamento.
“Quando o dinheiro é creditado na conta da FUNARBE, damos prioridade aos pagamentos dos bolsistas porque recebemos muitos relatos de estudantes passando necessidade por causa dos atrasos.”
A APG UFV tem se colocado disponível a tornar os atrasos menos impactantes, como a articulação feita com a Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários e o mandando de segurança preventivo que a Associação move contra a FAPEMIG e o governo do estado de Minas Gerais.
Fonte: APG-UFV (Por Marianna Ribeiro, mestranda em Letras pela UFV. Contribuiu Diogo Baiero, doutorando em Ciência Florestal pela UFV)