Em um país democrático, com políticas públicas inclusivas, o meio no qual o cidadão nasce não é imperativo em seu destino. E isso pode ser provado pelos próprios pós-graduandos, que diante do segundo turno das eleições presidenciáveis, relataram de forma espontânea como a Educação mudou suas vidas e de suas famílias.
Neste momento do Brasil, no qual o candidato Jair Bolsonaro afirma que as Universidades Públicas precisam ser cobradas, que a Universidade é “tara” de jovens brasileiros, que implantará o ensino fundamental a distância, entre outras declarações e propostas, os estudantes precisam se posicionar a favor da democracia e de um Estado que ajude a mudar o futuro com Educação, Ciência e Tecnologia.
Conheça a história de 9 jovens que tiveram suas vidas transformadas pela possibilidade de ter acesso a uma Educação de qualidade:
Jairo Teixeira
“Ainda lembro … (algumas memórias teimam em ser marcantes), lembro quando tinha 9 anos de idade, e minha avó materna não jantou naquela noite para eu tivesse direito de comer um ovo com farinha. Ela não suportaria me ver dormir com fome. Era o que tínhamos. Cresci com ela dizendo que eu seria doutor. E fiz do seu sonho, meu sonho, do meu sonho, uma oportunidade de mudar as nossas vidas. Hoje sou enfermeiro, mestre em bioquímica e fisiologia, e doutorando por duas universidades renomadas, UFPE e a Universidade de Roma. Fui bolsista e ainda sou bolsista. Sim vó (mãe) não serei doutor, serei “doutores”. Minha avó, hoje com sinais iniciais de Alzheimer, vê na minha pessoa a concretização de seus sonhos. Logo, digo sim a universidade pública. A luta não terminou.”
Miriane Peregrino
“Filha de mãe solteira que, não podendo me criar, me deixou com uma tia. Trabalhei durante a infância, adolescência e fiquei 3 anos trabalhando no comércio depois que terminei o 2o grau. Fiz pré-vestibular e entrei em uma universidade pública. Consegui me manter na universidade por meio, primeiro, de uma bolsa de assistência a alunos de baixa renda, em seguida, por meio de bolsa de iniciação científica e estágios. Fiz especialização, mestrado e doutorado em Letras, os dois últimos com bolsa CAPES. Criei um projeto de incentivo à leitura aplicado em escolas e bibliotecas em favelas e periferias e ele foi contemplado com o Prêmio Todos Por Um Brasil de Leitores do Ministério da Cultura (2015). Com a Bolsa de doutorado sanduíche, fiz meu intercâmbio em Angola, com o sonho de um diálogo Sul-Sul entre Brasil e países africanos de língua portuguesa. Realizei oficinas de leitura por vários lugares da capital angolana. Esse ano meu projeto de incentivo à leitura também vai para Moçambique. Eu olho de onde eu vim, onde estou e para onde posso ir dentro do itinerário que sonho e acredito, e rio sozinha de noite. Penso na minha mãe, que não terminou o ensino fundamental e não sabe onde estou. Penso no meu pai, caminhoneiro, retirante nordestino que há 37 anos abandonou minha mãe de barriga. E penso que o futuro já é hoje e eu estou feliz! #HaddadSim“
Daniel Alves
“O PT acabou com minha vida…. vida de miséria e exclusão social! Como a maioria aqui (grupo Bolsistas da Capes), fui o primeiro da minha família a ingressar no ensino superior! Matemática por paixão! Lecionar por paixão! Mas como fazer isso sendo pobre e não conseguindo me manter na Universidade?
Eis qe mais uma vez o PT veio acabar com isso!
Recebi bolsa auxílio estudantil
Recebi bolsa por meio do PIBID (Programa Institucional de bolsa de iniciação à Docência)
Recebi bolsa por meio do PET (Programa de educação tutorial)
Recebo atualmente bolsa pelo Programa de Residência Pedagógica
E a grande destruição foi quando o Petê* me deu uma bolsa de mobilidade internacional p ir estudar na Universidade de Coimbra, em Portugal! O tão comentado Programa de Licenciaturas Internacionais!
O filho da empregada domestica e do agricultor, ambos sem concluir o ensino fundamental!
Uma Universidade 5 estrelas no ranking mundial!
Caramba, como esse menino pobre conseguiu mais direitos e oportunidades que o filho riquinho da patroa de sua mãe?
Graças ao PT e ao esforço de todos nós, estamos conseguindo um vida melhor pros nossos familiares!
Esse menininho conheceu os diversos caminhos do saber e do mundo, graças ao PT!
Podemos ser atacados, porém continuarei pregando amor e lutando pelo direito de que aluno meu tenha a oportunidade de conhecer a vida para além dos seus sonhos!
Dizem qe quem estuda em Coimbra se torna Bruxo! Queria eu fazer uma mágica qe colocasse amor no coração das pessoas! #NENHUMDIREITOAMENOS“
Allan Sandes
“Morador de morro, cursei todo ensino fundamental e médio em escola pública. Acessei a Universidade Pública (UERJ) em 2005, POR COTAS. Em 2009, ingressei no mestrado em uma Universidade Federal COM BOLSA CAPES. Ao final de 2016, finalizei o doutoramento com período Sanduíche nos EUA com RECURSOS DO CIENCIAS SEM FRONTEIRAS.
Ao final de 2017, em meio a uns dos piores momentos da ciência no Brasil, com cortes significativos de investimentos e constantes ataques às universidades públicas, recebi o PRÊMIO NACIONAL CAPES DE MELHOR TESE NA ÁREA DE GEOCIÊNCIAS. Isso mesmo, um ex-aluno cotista da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, que hoje sofre com o projeto de desmonte das universidades públicas do país, ganhou um prêmio nacional acadêmico. Vai ter Doutor no Morro sim! #uerjresiste #políticadecotas#políticasafirmativas #Haddadpresidente“
Poliana Espíndola
“#optdestruiuminhavida de exclusão social e falta de oportunidades.
Nasci no Maranhão, um dos estados mais pobres do Brasil, e fui criada na zona rural de São Luís por uma tia, empregada doméstica, sem nenhum direito trabalhista, que muitas vezes dormia no trabalho. Na minha infância a única pessoa que conheci com curso superior foi uma professora.
Fui a primeira da minha familia a ingressar na universidade, graças a uma bolsa do PROUNI. E depois, graças a reformulação do ENEM e devido a expansão de vagas do REUNI consegui concorrer a uma vaga do outro lado do país, sem ter que viajar para fazer vestibular. Passei na Federal de PELOTAS como COTISTA. Durante toda a graduação fui assistida por programas de permanência, ganhei auxílio moradia, transporte e alimentação (sdds #RUUFPel) além de bolsa de IC concedida pela CAPES. E sem esses auxílios eu não teria coseguido me manter na universidade.
Fiz intercâmbio de 1 ano e meio nos EUA pelo CIÊNCIAS SEM FRONTEIRAS, onde passei do Nível -100 para PROFICIENTE em Inglês. E tive que ouvir de outros intercambistas que o governo não deveria mandar “gente” que não sabia inglês para fazer intercâmbio.
Me formei, e me tornei a PRIMEIRA pessoa da minha família a ter curso superior. Antes de me formar eu já estava aprovada no mestrado na UFRGS, uma das melhores universidades do País, onde fui bolsista CAPES por 2 anos.
Durante o mestrado, ganhei verba da UNIVERSIDADE e da Associação Europeia de Diabetes para viajar e apresentar meu trabalho em Portugal. E tive a oportunidade de conhecer 7 países.
Hoje sou Nutricionista, mestre e Doutoranda em Ciências Médicas (com bolsa CAPES) e além da minha contribuição como Cientista, eu atendo voluntáriamente pessoas com Diabetes e Obesidade no ambulatório do hospital Universitário, coisa que também fiz durante dois anos de graduação. Além de ser Nutricionista Voluntária em um abrigo. Atividades que eu faço como forma de dar um retorno pra sociedade pelo apoio que tive.
Sei que grande parte disso foi graças a minha dedicação, mas sem as oportunidade que tive, eu não teria conseguido. E essas oportunidades precisam ser continuadas, para que no futuro eu possa ser professora de outras “Polianas” desse Brasil.”
Leislon Kent
“O PT acabou com minha vida…. vida de exclusão social!
O menino que sofria todo tipo de desprezo na escola, hoje já temos um nome: “bullying”
Alguns dos nomes que recebia: mosquito da dengue, macaco seco dentre outros…
O menino que com 7 anos de idade vendia bolo, pamonha, din-din (geladinho, chupe-chupe), que limpava os quintais para ganhar algum trocado…
O menino que uma professora da 4ª série falou que não daria pra gente (expressão local para dizer que a pessoa não seria boa gente), pois segundo ela meu destino já estava traçado, seria um marginal…
Filho criado sem pai, mas com uma mãe guerreira e trabalhadora que criou 7 filhos com o trabalho de auxiliar de serviços gerais e para complementar a renda (salário era o mínimo do mínimo) lavava roupas e fazia faxinas nas casas dos outros… Quantas vezes via minha mãe virar a noite passando roupas com ferro à brasas (ferro elétrico era caro e mesmo assim não tinha energia)…
Fui o primeiro da minha família a ingressar no ensino superior! Geografia no coração! Lecionar por paixão! Mas como fazer isso sendo pobre e não conseguindo me manter na Universidade?
Primeiro tive ajuda da minha madrinha que deu casa e comida na cidade grande…
Eis que mais uma vez o PT veio acabar com isso!
Recebi bolsa auxílio estudantil
Recebi bolsa por meio do Conexões de Saberes: Diálogos entre a Universidade e a Comunidade
Recebi bolsa por meio do PIBID
Recebi bolsa de tutoria (selecionado por ter a maior nota nas disciplinas pleitadas)
Depois de 5 longos anos na universidade consegui me formar (no tempo certinho sem atrasar um único semestre)
Mas o sonho continua né, estudar é viciante… Lá vai eu inventar de fazer o mestrado, me aventurei em mares distantes, fui estudar em uma das mais respeitadas e conceituadas universidades da América Latina, a UFMG… Mas como me manter em outra cidade com um custo de vida tão alto para minha realidade? Ai o Petê entra na jogada de novo, fui agraciado com a bolsa CAPES de mestrado (as bolsas foram ampliadas quando Fernando Haddad era ministro da Educação), com esta bolsa pagava o aluguel, me alimentava e ainda conseguia participar de congresso…
Hoje sou professor universitário graças aos meus esforços e, sobretudo as políticas que o PT implantou…
Se isso é acabar com uma vida, quero que o PT acabe com a vida de muitos “Leilsons” por esse Brasil afora…”
Francisco Javier Briceño Zuluaga
“Me formei em Biologia com muito esforço e apoio dos meus pais para pagar os semestres em uma universidade pública (na Colômbia você tem que pagar a universidade, mesmo que seja pública o que produz uma enorme brecha entre ricos e pobres). Trabalhei por contrato (não existe trabalho de carteira assinada e 90% dos contratos é terceirizado) uns meses até descobrir que não iria chegar muito longe. Com a impossibilidade sequer de sonhar em pagar uma pós-graduação porque esta está reservada somente para quem tem dinheiro (não existem bolsas e você tem que pagar para fazer mestrado e doutorado). Resolvi como grande parte dos jovens de meu país, migrar. Na busca de oportunidades descobri o Brasil. Nesse momento o PT começou a destruir minha vida. Estudei dia e noite (trabalhando de madrugada num barzinho) procurando uma oportunidade num mestrado em uma das melhores Universidades do Brasil. Com 1.000 dólares emprestados viajei e participei da seleção. Passei em último lugar e confesso que foi um dos melhores dias da minha vida. Foi assim que fiz mestrado e doutorado em Geoquímica (nota 6 da CAPES) na UFF com Bolsa Capes. Durante esse tempo fiz estágio na França, no Perú. Também fiz pós doutorado, na minha querida UERJ, com bolsa FAPERJ. Aprendi a me comunicar em 3 línguas, viajei e virei uma melhor pessoa graças a um governo e um país inclusivo. Hoje espero de algum jeito retribuir ao Brasil a oportunidade de mudar minha vida. Com este depoimento, de um cara que nasceu num dos países mais polarizados e violentos, governado sempre por governos de direita, com uma enorme brecha social onde os pobres e, inclusive, a classe média tem pouca ou nenhuma oportunidade de ser profissional, revelo como o PT destruiu minha vida”.
Gabriella Castelo Branco
“Me chamo Lílian Gabriella Castelo Branco e por aí vai… sou da original família Castelo Branco, porém, dela só herdei mesmo o nome. Sou filha de um ex-caixeiro viajante e de uma terceirizada, auxiliar em serviços gerais, de uma incansável guerreira de mãos calejadas. Desde pequena assistia suas batalhas, lutas travadas contra o machismo, contra todos os tipos de feras, até mesmo contra o mundo quando possível, tudo para trazer aos seus filhos um destino melhor. É com emoção que lembro do sonhos impossíveis da minha mãe, dentro da nossa condição financeira, era dado impossível sonhar com a casa própria quando nem sequer conseguíamos manter uma economia para os dias seguintes.
Lembro de quando minha mãe compartilhava suas tristezas comigo… se haveria a chance de chegar aos 50 anos e ter um teto sobre as nossas cabeças; do medo que tinha de terminarmos o ensino médio em uma escola pública e termos que nos submeter a trabalhar no Carvalho ou no Paraíba por falta de oportunidade (não estou falando que não é um trabalho digno, e sim, de melhores oportunidades). Mas o caminho que Deus nos reservou não poderia ter sido mais perfeito, quando completei 15 anos, minha família passou a receber o bolsa família, muitos de vocês talvez não tenha ideia do que é viver na corda bamba, do que é sobreviver somente por aquele dia… E somente o amanhã a Deus pertencia, desse gosto amargo da fome já provamos muitas vezes.
Quando completei os 18 anos, fui aprovada em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Piauí, os filhos da dona Lily, foram os primeiros a ingressar numa universidade pública. Nesse mesmo ano, depois de nos inscrever no programa Minha casa minha vida, minha mãe recebeu a ligação de que havia sido contemplada com a casa própria. Era um sonho impossível que foi realizado. Em 2016, tentei a seleção de mestrado em Antropologia pela mesma instituição, fui aprovada em 2º lugar, tornando-se bolsista capes. Em 2017, através da bolsa financiada pela Capes, fui ao estado do Mato Grosso do Sul, iniciar minha pesquisa de campo sobre as lutas e conflitos territoriais dos indígenas Guarani e Kaiowá, em janeiro de 2018, retornei a MS, e em setembro viajei até lá para concluir o campo. E nesse mesmo ano, demos início a reforma da nossa casa própria.
Isso não é o relato de uma mulher que está implorando para não perder a mamata, mas sim, a história de uma mulher que saiu do nada para conquistar o tudo, graças a oportunidade de políticas sociais.
Para muitos, esse era apenas o dever do governo, mas para a consciência de poucos, sabemos quando de fato os desvalidos passaram a ter a chance de sonhar com um amanhã melhor”.
Daniel Nogueira Silva
“O PT acabou com a minha vida… Uma vida de ausência de oportunidades…
Filho de uma empregada doméstica e de um trabalhador do comércio, eu cresci em uma família com muito amor, mas as oportunidades eram um tanto restritas. Com dinheiro apenas para as necessidades básicas, entrar no ensino superior era um sonho quase impossível…
Foi somente através da política de cotas que entrei na universidade pública no curso de economia. Já nos primeiros semestres, recebi uma bolsa do PET e consegui me dedicar exclusivamente aos estudos. Mesmo sendo pobre, viajei para eventos acadêmicos no Brasil inteiro… Conheci universidades no Rio de Janeiro, São Paulo, Florianópolis, Recife, Teresina…
Ainda hoje lembro da emoção dos meus pais quando contava de todos os lugares que visitava… Os eventos acadêmicos que participava e as oportunidades que se abriam para mim…
Graças às políticas de bolsa para a pós-graduação, quando terminei o curso de Economia eu pude ir morar em Porto Alegre para fazer o Mestrado e agora o Doutorado em Economia do Desenvolvimento pela Federal do Rio Grande do Sul.
O Governo do PT também abriu as portas para o intercâmbio internacional, e eu, mesmo sem ter dinheiro, pude completar parte da minha pesquisa de Doutorado na Universidade de Massachussets nos EUA.
O estudante pobre de Feira de Santana-Ba, agora estudava no meio de uma elite intelectual de doutorandos de vários lugares do Brasil e do Mundo.
Se não bastasse todas essas conquistas, hoje sou professor concursado de Economia em uma Universidade Federal, fruto da política de interiorização do Ensino Federal feita pelos governos Petistas… E Coordenador de Projetos Educacionais que atende estudantes Indígenas e Quilombolas, projetos que são resultados das políticas de acesso e permanência do petê*…
Em pouco menos de 12 anos, o filho de uma empregada doméstica e de um trabalhador do comércio se tornou professor de uma universidade federal, pesquisador visitante de uma Universidade Norte-Americana e em 5 meses vai virar Doutor.
Em toda essa jornada, sei que Deus me ajudou e esteve ao meu lado a todo instante (serei sempre grato a Ele). Além disso, o apoio de toda a minha família foi a força que precisava para manter-me firme nos meus objetivos em várias circunstâncias… Também não posso negar que os governos do PT (tanto do Lula quanto da Dilma) cometeram muuuuuitos erros, mas não poderia deixar de reconhecer que as políticas públicas de educação feitas nesse período foram fundamentais para alcançar todos esses objetivos…
Em defesa da Oportunidade para Todos e Todas, nesse segundo turno sou Haddad13… #HaddadPresident”