A demissão de Carlos Alberto Decotelli, antes mesmo de ser empossado no MEC, é um retrato triste, porém fiel, da completa falta de preparo e respeito do governo Bolsonaro com a educação pública.Decotelli foi nomeado no último dia 25, em substituição a Abraham Weintraub, que se notabilizou como o pior ministro da história. Antes dele, houve ainda a lamentavel passagem de Ricardo Velez pelo cargo.
Decotelli, o breve, caiu a partir de uma série de informações inverídicas que vieram à tona quando seu currículo foi exposto ao escrutínio público. As universidades de Rosário, Wumperttal desmentiram seus títulos e a FGV seu vínculo como professor. Fragilizado, optou por entregar o cargo que sequer tomou posse.
É inadmissível que o Ministério da Educação, pasta fundamental para a construção de um projeto de desenvolvimento do país, que lida com os destinos de milhões de estudantes brasileiros, esteja acéfalo há um ano e meio, à mercê de grupelhos ideológicos e disputas mesquinhas.
O caráter do governo Bolsonaro, por si, já obriga estudantes e pós-graduandos a uma agenda de resistência contra as tentativas de desmonte da educação e da ciência. Continuaremos mobilizados e vigilantes até que o MEC volte a cumprir suas missões para com o Brasil.
São Paulo, 01 de julho de 2020
Associação Nacional de Pós-Graduandos