É com muita preocupação que o conjunto do Movimento Estudantil (UNE, ANPG, UEE-RS, APG UFPel e DCE UFPel) recebeu a notícia da abertura de processo para ajustamento de conduta, na Corregedoria-Geral da União, contra os professores da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e outras Universidades, o ex-reitor Pedro Hallal e o ex-pró-reitor Eraldo Pinheiro e outros professores.
Segundo Extrato de Termo de Ajustamento de Conduta, os professores estão sendo enquadrados pelo governo federal por “proferir manifestação desrespeitosa direcionada ao Presidente da República”, sendo que as críticas feitas pelo professores foram realizadas dentro de um contexto de análise do enfrentamento a Pandemia de Covid 19 e do desrespeito a consulta a comunidade acadêmica para a sucessão da reitoria, assim como vem acontecendo em diversas Universidades e Institutos Federais, em que a democracia interna dessas instituições têm sido sabotadas por escolhas ideológicas do Presidente da República em contraposição à vontade comunitária.
Destacamos que, o professor Eraldo Pinheiro, com uma vida acadêmica dedicada à pesquisa do esporte, e o professor Pedro Hallal, um dos maiores epidemiologistas do país e coordenador de um amplo estudo sobre a Covid-19 no Brasil, não podem ser penalizados por serem críticos a um governo autoritário e que têm sido notoriamente negligentes sobre a situação de tragédia sanitária, social e econômica por qual passa nosso país.
As universidades são espaços constituídos pela crítica e análise objetiva da realidade e não um lugar de aceitação atônita das políticas estapafúrdias da Presidência da República. Pensamos que todos os esforços do governo federal deveriam estar voltados para a vacinação geral do povo brasileiro e não alimentando perseguições políticas, de cunho autoritário, a professores. Assim, nos colocamos:
• Em defesa da democracia e da Autonomia Universitária;
• Total apoio aos professores, da UFPel, Eraldo Pinheiro e Pedro Hallal;
• Contra a perseguição política nas universidades federais.