No 44º CONAP, ANPG entrega abaixo-assinado contra a desvalorização das bolsas ao presidente da CNPq
Menos de 0,1% do PIB (Produto Interno Bruto), é o que o Brasil investe em Ciência e Tecnologia, por meio de suas agências de fomento à pesquisa (CNPq, CAPES e FAPs). Se somar com salário de docentes, investimento privado, fica em torno de 1% do total.
Esses foram um dos dados apresentados pelo presidente da CONFAP (Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa), Odir Dellagostin, durante a mesa “Reajuste de bolsas e desafios para absorção da força de trabalho de jovens cientista”, no 44º CONAP ( Conselho Nacional de Associações de Pós-Graduandos)
Em seu estudo também apresentou os valores proporcionais das bolsas de mestrado, doutorado e de formação de docentes ao longo de 25 anos e a conclusão foi que nunca eles foram tão baixos. Constantemente, as bolsas pagas aos pós-graduandos perdem com inflação e não tem reajustes.
Além disso, desde 2016 o número de pesquisadores segue em queda no país, mostrando que o processo de desmonte da Ciência brasileira segue em curso.
Diante desse cenário, a ANPG realizou a entrega de um abaixo-assinado, com 51 mil assinaturas, pelo reajuste das bolsas ao Dr. Evaldo Vilela, presidente do CPNq, durante a mesa.
“ Me comprometo a levar a reivindicação aos espaços de decisão, entendendo a urgência. Além disso, iremos articular no Congresso para que a reajuste ocorra rapidamente“, afirmou Vilela.
Na carta entregue com as assinaturas, os pós-graduandos ressaltam a importância da pesquisa para a soberania nacional:
“A economia do Século XXI tem o saber como seu principal motor. A disputa, hoje em dia, é pela fronteira do conhecimento, o que faz as nações desenvolvidas voltarem suas atenções para debates acerca da revolução 4.0, internet das coisas, nanotecnologia e inteligência artificial. Da mesma forma, a pandemia mostrou, de maneira trágica, que nenhum país pode prescindir de tecnologias próprias na área de saúde, vez que os insumos, a pesquisa e a técnica para produção de fármacos e vacinas é o diferencial entre salvar a população ou estar condenado a esperar na fila que separa a vida e a morte de seres humanos.
Nesse contexto, em que todo o mundo desenvolvido eleva à ciência, tecnologia e inovação à questão de soberania, o governo brasileiro, deliberadamente, desmonta seu Sistema Nacional de C&T e condena seu ativo mais precioso – as pesquisadoras e os pesquisadores que produzem conhecimento – ao abandono, ao desemprego e à pauperização”.
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