Nesse mês do Orgulho, a Diretoria de Combate às Opressões traz a necessidade de pensar juntes sobre o sentido da pós-graduação brasileira e as medidas de diversidade e inclusão que têm sido direcionadas às LGBT+s trabalhadoras. Se por um lado setores privatistas ressaltam que diversidade traz maior produtividade, vantagem competitiva, performance e lucratividade, por outro é colocado por eles em segundo lugar que o tratamento humano da nossa comunidade é vantajoso simplesmente por ser porque somos gente e na maioria das vezes se ignoram as condições econômicas degradantes quando comparadas ao restante da população com quem convivemos.
Durante a pandemia de COVID-19 é impossível a comunidade LGBTQIA+ não comparar a epidemia de AIDS com a atual situação: o tempo, capital e mobilização da sociedade foram muito diferentes nos dois casos. “É que essa doença pegou todo mundo igual!” Isso é o que se ouve quando se fala da COVID-19. Sabemos que não é assim nem para a pandemia atual e muito menos com a crise humanitária da AIDS de 1980 e 90!
O desmonte fascista das políticas públicas de saúde e educação do governo Bolsonaro e de seus aliados é contra o povo trabalhador brasileiro. Pesquisadores e servidores viram na linha de frente os ataques ao combate à pandemia e ao programa brasileiro referência internacional no combate ao HIV/Aids em meio ao aumento nacional de 33,3% de mortes violentas de LGBT+ em relação ao ano anterior (Observatório de Mortes e Violências contra LGBTI+, 2021).
Apenas em 2022 o IBGE trouxe pela primeira vez dados sobre números de homossexuais e bissexuais através dos dados da PNS (Pesquisa Nacional de Saúde) de 2019 e alcançando apenas 108 mil domicílios, sendo que é fundamental a presença de toda a comunidade no Censo. É urgente que nós, pós graduandes, nos organizemos para que a população LGBTQIA+ supere os estigmas danosos e opressão nas formas de falta de moradia, emprego, altas taxas de suicídio, discriminação, marginalização, disfunções familiares e barreiras ao acesso a serviços públicos que demandam investimento estatal.