Na manhã deste sábado (01/04), o segundo dia do seminário e reunião de diretoria da ANPG começou com a apresentação do “O lugar do pós-graduando no Brasil”, estudo realizado pelo Centro de Estudos e Memória da Juventude (CEMJ) sobre a relação entre a pós-graduação e o mundo do trabalho.
A pesquisadora Luana Bonone apresentou as balizas do estudo e pontuou que o perfil dos pós-graduandos se alterou nas últimas décadas, principalmente em decorrência da ampliação das vagas nas universidades públicas e da lei de cotas na graduação, que popularizaram mais o ambiente acadêmico.
A pesquisa será dividida em 5 grandes blocos: pós-graduação e trabalho, direitos e deveres dos pós-graduandos, a análise comparada da pós-graduação brasileira em relação a outros países, um questionário que será aplicado entre os pesquisadores para identificar as atividades remuneradas e não remuneradas que praticam, suas condições de estudo, tempo livre e outros temas de interesse, e, por fim, as considerações finais.
Luana apontou que a reivindicação de um mecanismo permanente de reajuste das bolsas é uma bandeira constante dos pós-graduandos desde a fundação da ANPG. Para chegar a conclusão, a pesquisadora se debruçou sobre os Projetos de Lei 6545/1985, 2405/1989, 3663/2000 e 2315/2003, apresentados em momentos históricos e governos diferentes, mas sempre com essa característica.
“As bolsas chegaram a ser de 6 salários para mestrado e 9 para doutorado, num período, em meados da década de 1980, em que as bolsas eram uma proporção do salário dos professores das universidades federais. Mas esse mecanismo durou apenas um ano”, disse.
Outro tema importante para a investigação é saber quais tipos de atividades laborais os pós-graduandos têm realizado para compor a renda, se são relacionadas a suas áreas de pesquisa ou não, e também os impactos que as pressões profissionais, de prazos de pesquisa e até mesmo familiares têm na saúde mental dos pós-graduandos.