Na abertura da SBPC, ANPG defende direitos para os pós-graduandos e manifesta apoio à gestão do MCTI

Sob o lema “Ciência e Democracia para um Brasil justo e desenvolvido”, aconteceu na noite deste domingo (23), a abertura da 75ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, no histórico Teatro Guaíra, em Curitiba.

Estavam presentes à mesa Renato Janine Ribeiro, presidente da SBPC; o prefeito de Curitiba, Rafael Greca; o reitor da UFPR e presidente da Andifes, Ricardo Marcelo Fonseca; a ministra de Ciência e Tecnologia, Luciana Santos; a presidenta da Capes, Mercedes Bustamante; o presidente da Finep, Celso Pansera; a presidenta da ABC, professora Helena Nader, entre outras autoridades.

Durante o início dos trabalhos e composição da mesa, a plateia entoou gritos de “Fora Campos Neto”, em protesto contra os altos juros praticados pelo Banco Central, e de “Inelegível”, lembrando o recente julgamento que cassou os direitos políticos de Bolsonaro.

Vinicius Soares, presidente da ANPG, fez um efusivo discurso em defesa da ciência como dínamo para o projeto de reconstrução nacional e defendeu a continuidade da atual gestão no MCTI, diante de pressões de grupos por espaços no governo.

“A ciência voltou. Mas precisaremos estar vigilantes nesse período. A ciência não pode ser objeto de disputas. Precisaremos estar a atentos para defender que o MCTI continue no caminho certo de resgatar o tempo perdido. Continue a ser liderado por uma mulher negra e nordestina, símbolo da resistência do povo brasileiro”, defendeu. A plateia se levantou para aplaudir e demonstrar apoio à ministra aos gritos de “Fica Luciana”.

Foto: Patricia Santos

Lembrando Florestan Fernandes, que teria completado 102 anos ontem, e sua célebre defesa da “força das ideias” para combater as “ideias da força”, Vinicius enalteceu a realização da Reunião Anual da SBPC, maior encontro científico da América Latina, após a vitória democrática contra o autoritarismo nas últimas eleições.

“É isso que temos aqui hoje, simbolizado nessa reunião anual. A força de uma ideia, coadnunada em dois pilares: Ciência e Democracia. Uma ideia que resistiu bravamente a essa noite longa de quase 6 anos. Foram duros golpes, mas com o exemplo dos que nos antecederam e a força dos que aqui estão, sobrevivemos”, afirmou.

O presidente da ANPG agradeceu a participação da comunidade científica na campanha pelo reajuste das bolsas de estudos e ressaltou que esse foi o primeiro passo, mas que é imprescindível avançar em uma cesta de direitos para os pós-graduandos. “É imediato garantir uma cesta de direitos básicos para os jovens cientistas, de forma que o tempo de mestrado e doutorado seja contado para o tempo de previdência, que tenhamos a garantia de alguns dos direitos trabalhistas”, finalizou.