ANPG debate a situação dos estudantes estrangeiros no Brasil

carteira de estudante
Reunião latino Americana red
Fotos: Eduardo Paulanti

Na terça feira (03), terceiro dia de atividades da 9º Bienal da UNE, no Rio de Janeiro, a Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG) promoveu importante momento de reflexão e integração entre os estudantes estrangeiros no Brasil participantes do evento. O bom debate contou com a presença de discentes oriundos de países como Guiné-Bissau, Bolívia, Colômbia e Paraguai, e, ainda, com um representante de Cuba, o estudante da Universidade de Ciego de Anila, Ricardo Guardia Lugo, que, também é membro da Organização Continental Latino-americana y Caribenha de Estudantes ( OCLAE).

A reunião de lideranças estudantis na América Latina e da Frente Afro-latina de estudantes no Brasil serviu para a troca de vivencias e promoção da articulação entre os discentes estrangeiros presentes. Contou, ainda, com boa presença de brasileiros atentos às demandas e necessidades de seus pares africanos e latino-americanos. Ponto alto do encontro foi a articulação proposta pelo mestrando boliviano Wilbert Villca, APG USP-Capital, de estruturação de um documento a ser encaminhado às autoridades brasileiras de educação, apresentando as necessidades dos alunos estrangeiros, pontos positivos e negativos da recepção estruturada pelas Instituições Educacionais de Ensino Superior. “Importante coligar um plano de ação com os colegas de outros países latino americanos para pensar uma ação estratégica para a aproximação das relações”, disse Wilbert.

Na esquerda, Wilbert, e ao seu lado, Lassana.
Na esquerda, Wilbert Villca, e ao seu lado, Lassana Danfá.

Sobre a recepção e adaptação dos alunos africanos à realidade brasileira foi a colocação feita pelo guineense Lassana Danfá, natural da cidade de Bissau, capital da Guiné-Bissau, costa ocidental africana, e mestrando em psicologia na UFPE, Universidade Federal de Pernambuco, propôs uma revisão das leis e estatutos que regulam a presença do estudante estrangeiro no Brasil. “É preciso cuidado com a adaptação dos alunos estrangeiros para a realidade brasileira, é importante promover maior informação sobre suporte, sobre bolsas para alunos estrangeiros, e pensar em maior flexibilidade no trato com os discentes, aumentando o tempo para retorno após o final do curso, isso ainda é muito limitado e com informações contraditórias”, diz Lassana,

Completando a reunião, o convidado cubano, Ricardo Guardia Lugo, expôs a realidade da ilha caribenha em relação ao estudante estrangeiro. País que tem 700 mil pessoas na universidade, e mais de um milhão de cidadãos graduados, frente a uma população de 11 milhões de habitantes.  Entre 15 e 20 por cento dos universitários cubanos são estudantes estrangeiros, entre esses, muitos latinos americanos, primeiramente, africanos e asiáticos. Todos os repasses e atenções para os estudantes estrangeiros são de responsabilidade das organizações estudantis locais, disse o convidado.

Por Richard Santos[1], do Rio de Janeiro

[1] Jornalista e Cientista Social- APG.UNB