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Os candidatos à bolsa devem ter doutorado em Física, com ênfase na área de física da matéria condensada

É necessário ter publicações nos assuntos: física de estruturas semicondutoras; óptica quântica e informação quântica; sistemas fortemente correlacionados; cálculos de primeiros princípios em moléculas, sólidos e nanoestruturas.

O valor da bolsa, paga pela Capes, é de R$ 3.300, durante o período de execução do projeto. Há ainda uma verba anual de R$ 12.000,00 para custeio do projeto, repassada diretamente ao coordenador da unidade de pós-graduação.

As inscrições devem ser feitas via correio eletrônico endereçado ao coordenador do projeto, Augusto M. Alcalde ([email protected]).

Informações completas: http://www.infis.ufu.br/pnpd.html

 

Do dia 8 ao dia 10 de outubro acontecerá na cidade de Campinas, São Paulo, o IX Encontro de Jovens Pesquisadores.
 

O IX Encontro de Jovens Pesquisadores é um evento nacional de divulgação científica que tem como objetivo promover a integração entre os futuros e atuais pós-graduandos, ligados às diversas áreas de pesquisa correlacionadas com a Física.

 

O encontro, organizado por estudantes da universidade e que conta com apoio da APGF (Associação de Pós-Graduandos de Física) e da CPG (Comissão de Pós-Graduação do IFGW), será realizado no Instituto de Física “Gleb Wataghin” – IFGW – na Unicamp
 

Os interessados em inscrever trabalhos na área deverão acessar o link: http://www.ifi.unicamp.br/encontro/inscricoes.html e realizar um depósito de R$15,00.
 
Mais informações:
www.ifi.unicamp.br/encontro
 

O Prêmio Destaque do PCI será concedido a cada dois anos e terá duas categorias:

– para bolsistas e seus respectivos orientadores que tenham se destacado na realização do seu trabalho científico ou tecnológico de valor reconhecido por uma Comissão Especial instituída pelo MCT;

– e à Instituição de Pesquisa subordinada, vinculada ou supervisionada pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, que apresentar o melhor trabalho de gestão do Programa PCI, em termos da correta utilização dos recursos, avaliação dos bolsistas e cumprimento das metas estabelecidas no seu Subprograma de Capacitação Institucional.

Aos primeiros colocados serão concedidas viagens no Brasil para a participação em cursos, estágios ou visitas técnicas sugeridos pela Comissão Julgadora, após consulta aos respectivos orientadores dos bolsistas;

 

A íntegra da portaria que institui o prêmio está em https://http://www.in.gov.br/imprensa/visualiza/index.jsp?data=12/09/2008&jornal=1&pagina=11

 

Com quase 200 inscrições de alunos de cursos de Geologia, Biologia e Turismo de universidades públicas do Rio de Janeiro, terá início no dia 16 de setembro a IV Jornada Fluminense de Paleontologia. Sediado na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio), o evento se estenderá até o dia 20 deste mês.

Segundo a coordenadora geral do evento, a professora e bióloga Maria Célia Elias Senra, será a primeira vez que estudantes de Turismo, Patrimônio e de Ciências Biológicas da UniRio visitarão o Parque Paleontológico de Itaboraí, local onde pesquisadores vêm encontrando fósseis que datam de 70 a 65 milhões de anos. A procura mostra o crescente interesse dos estudantes pelo tema.

"Essa visita deve se traduzir em projetos futuros que contribuirão para ampliar o conhecimento científico da área e o desenvolvimento de programas de cunho geoturístico, que valorizem o patrimônio natural e promovam a inclusão social das populações locais", anima-se Maria Célia.

Para a coordenadora do Instituto Virtual de Paleontologia da Faperj (IVP), Maria Antonieta da Conceição Rodrigues, a jornada vem enriquecer a divulgação da paleontologia no Rio de Janeiro.

"Com exceção da região onde está o Parque Paleontológico de Itaboraí, na região metropolitana do Rio de Janeiro, não temos, em nosso estado, uma área propícia para o descobrimento de fósseis. Temos, porém, um grande acervo de material em instituições de ensino e pesquisa de destaque em todo o país, como o Museu Nacional/UFRJ, por exemplo", explica Antonieta.

"Precisamos divulgar este material junto à população para que seu conhecimento não fique restrito somente aos pesquisadores destas instituições. E a jornada é uma ótima oportunidade para isso", entusiasma-se.

Na programação, palestras, apresentação de trabalhos, minicursos e oficinas, entre as quais "O significado da vinda da família real para a paleontologia no Brasil", ministrada pelo historiador Antonio Carlos Sequeira Fernandes.

"Um destaque desta quarta edição da jornada é o painel integrado "O papel social do jornalismo científico na divulgação da pesquisa", com a participação de representantes de publicações científicas, como a revista Ciência Hoje e o Jornal da Ciência, da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).

Haverá também duas excursões ao Parque de Itaboraí e ao complexo lagunar de Araruama, visando mostrar seus aspectos geoturísticos", informa Maria Célia.

A programação inclui ainda a oficina Viagem ao Túnel do Tempo Geológico, especialmente adaptada para alunos deficientes visuais do Instituto Benjamin Constant, e por último a exposição Panorama da Paleontologia no Rio de Janeiro, que acontecerá na UniRio.

"O evento dá continuidade à divulgação da paleontologia entre os universitários. Especialmente nas áreas de Geologia, Biologia, Geografia e Oceanografia, além de outras, como Museologia, História e Turismo", acrescenta.

Segundo a coordenadora Maria Célia, foi a vinda da família real ao Brasil que levou à criação, em 6 de junho de 1808, do Museu Real, hoje Museu Nacional.

Seu acervo abriga a mais completa coleção de fósseis do país. "A IV Jornada Fluminense de Paleontologia comemora os 200 anos da chegada da família real, os 50 anos da Sociedade Brasileira de Paleontologia e o Ano Internacional das Ciências da Terra, instituído pela Unesco, o que faz com que esta edição seja especial."

"Todas essas ações são significativas para a comunidade paleontológica, em especial a fluminense, que mais uma vez se reúne para a reflexão e discussão sobre os caminhos percorridos e os horizontes da paleontologia no Rio de Janeiro e no Brasil", finaliza Maria Célia.

 

Fonte: Jornal da Ciência e Boletim da Faperj

 

Estão abertas as inscrições para a Bienal de Arte, Ciência e Cultura da UEE-RJ que trará o tema “Cultura XXI: Arte em Novas Tecnologias”. A proposta central da Bienal é discutir como os novos elementos tecnológicos contribuem na produção de cultura e arte na contemporaneidade. Serão aceitos trabalhos de estudantes secundaristas, universitários e pós-graduandos até o dia 01 de novembro.

 

A Associação Nacional dos Pós-Graduandos – ANPG, co-organizadora da Bienal, terá um papel fundamental nessa atividade que confirma a diversificação da entidade nas variadas esferas de atuação dos pós-graduandos. A ANPG, desde o início, também participa da organização da Bienal da UNE, com tarefa destacada, na Mostra de C&T.

 

A cidade do Rio de Janeiro, que já recebeu duas edições de Bienais da UNE, sediará o próximo festival já com data marcada para o mês de novembro deste ano, nos aparelhos culturais e espaços públicos da Lapa.

 

A divulgação dos trabalhos selecionados será feita pela internet a partir do dia 15 de novembro e a inscrição deve ser enviada para : Av: Praia do Flamengo, 132, Flamengo, Rio de Janeiro – CEP- 22210-030.

 

Confira o regulamento: http://regulamentobienalueerj.blogspot.com

 

O convite está feito e todos serão muito bem vindos!

 

Mais informações:

http://www.bienalueerj.blogspot.com
ciê[email protected]
comunicaçã[email protected]

Divulgado levantamento pioneiro que cruzou dados da área econômica e da pós-graduação para descobrir empregos dos titulados. Para presidente da ANPG, Hugo Valadares, o desafio colocado nesse cenário é que essa ampliação sempre pressuponha tanto qualidade quanto a inserção desses doutores no mercado de trabalho

Apresentar um primeiro mapeamento das características do emprego de doutores brasileiros em 2004, de acordo com a área de conhecimento, foi o principal objetivo de relatório preliminar discutido durante o workshop Demografia da Base Técnico-Científica no Brasil.

O projeto de pesquisa cruza dados do CNPq e da Capes com os registros da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), que as empresas obrigatoriamente preenchem uma vez por ano. O trabalho foi concluído em agosto, no último seminário de validação do trabalho, ocorrido no CGEE.

“A área de formação de Recursos Humanos é o esteio da base técnico-científica brasileira e está carente de reflexões mais amplas, que cruzem os entendimentos institucionais, as várias agências e saiam de um debate meramente operacional para a construção de uma visão estratégica mais encorpada”, avalia Antonio Carlos Galvão, diretor do CGEE e supervisor do projeto.

Os consultores envolvidos no projeto são Eduardo Viotti, pesquisador associado pleno do Centro de Desenvolvimento Sustentável (CDS), da Universidade de Brasília (UnB), e Adriano Baessa, especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental do Ministério de Planejamento, Orçamento e Gestão (MP).

Resultados

Em 2004, o Brasil formou um total de 8094 doutores em todas as áreas, ocupando o 10º lugar no mundo, atrás de países como os EUA, Rússia, Alemanha, China, Reino Unido e Índia. O Brasil cai para a 27ª posição quando se analisa o número de doutores formados por cada 100 mil habitantes. A previsão do Plano Nacional de Pós-Graduação (PNPG) é de que o país forme 16 mil doutores no ano de 2010.

“O crescimento da pós-graduação brasileira é absolutamente espetacular em termos internacionais. Tem qualidade, quantidade e diversidade que poucos países em desenvolvimento têm”, afirma Viotti. No entanto, continua, “precisamos pensar em formas diferentes de interferir na dinâmica da pós-graduação, que não seja aquela dada apenas pelos interesses acadêmicos, pois os mestres e doutores já não encontram emprego exclusivamente nas universidades.”

O estudo mostra também que o fato de os pós-graduados não encontrarem empregos apropriados prejudica a contribuição que poderiam dar ao avanço do conhecimento. Uma das dificuldades para a empregabilidade de mestres e doutores resulta de sua formação não se enquadrar aos requisitos do mercado.

“O momento é muito especial. Há uma mudança na composição da nossa população, uma série de transições em curso. A base técnico-científica tem que ser pensada no contexto dessas referências sociais”, completa Antonio Carlos Galvão.

Recortes

O projeto de pesquisa contempla análises por estados, por áreas de conhecimento e por áreas do mercado profissional e faz analogias com outros países – com especial ênfase na comparação com os EUA. O relatório mostra, por exemplo, que o número de doutores titulados no Brasil em 2006 corresponde a mais de 1/5 dos titulados nos EUA – líder na formação de doutores. A taxa é muito elevada, pois a economia brasileira representa 1/8 da estadunidense.

O trabalho destaca as Ciências Agrárias: em 2003, titularam-se 1.026 doutores na área – número só ultrapassado pelo Japão, EUA e Índia. As outras áreas que mais titulam doutores são Ciências da Saúde, Ciências Humanas e Ciências Biológicas. São Paulo é o estado que mais forma doutores – 15.711, entre 1996 e 2003; mas só 9.122 permaneceram no estado.

Muito abaixo vêm os estados do Rio de Janeiro, também um "exportador líquido" de doutores, e Minas Gerais. Alguns estados não apresentavam nenhum doutor formado no período, como Acre, Tocantins, Maranhão, Piauí e Mato Grosso do Sul. A hipótese de Viotti para a ausência de doutorandos no período é de que, na época, esses estados estariam montando seus programas de pós-graduação.

O estudo constata que, entre os doutores que têm empregos formais, quase metade (44%) se concentra na área de educação – universidades e escolas. Fatia quase igual (43%) ocupa cargos na administração pública, defesa e seguridade social. Um dado a ser analisado é que 37% dos doutores não estão registrados como empregados formais.

“Nessa percentagem, estão doutores que acabaram de se formar e ainda não tiveram tempo de fazer concurso para professor ou que ainda não encontraram emprego porque estavam desempregados antes.”, explica Viotti.

Desdobramentos

“Podemos desenvolver outros tipos de estudo – por exemplo, sobre a questão da ocupação, ou concentrar a análise em áreas específicas do conhecimento, ou fazer outros cruzamentos com a base Lattes”, afirmou Viotti ao finalizar sua apresentação. Segundo Galvão, há boas perspectivas para o projeto.

“Com a conclusão do estudo, teremos uma análise inicial da situação da base técnico-científica brasileira e podemos, assim, no futuro, aprofundar a discussão sobre a relação desse contingente com o restante da população e o desenvolvimento do país". Uma proposta metodológica nesse sentido foi preparada pelo CGEE com o apoio do Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional da UFMG (Cedeplar).

(Notícias do CGEE)

 

As inscrições para a 7ª edição do Prêmio Chico Mendes de Meio Ambiente estão abertas até 30 de setembro. A premiação é de R$ 28 mil (valor bruto) para o melhor trabalho de cinco das seis categorias: Liderança Individual, Associação Comunitária, Organização Não-Governamental, Negócios Sustentáveis e Educação Ambiental. A 6ª categoria, Município, não receberá premiação pecuniária em função das eleições.

O prêmio foi instituído em 2002 com o objetivo de incentivar ações ambientais sustentáveis na Amazônia, reconhecendo e estimulando trabalhos voltados à conservação dos recursos naturais que reflitam na melhoria de vida das populações da região.

Portaria com o regulamento do prêmio foi publicada nesta quarta-feira no Diário Oficial da União.

Mais informações estarão disponíveis no site www.mma.gov.br. A divulgação do resultado será no dia 17 de novembro.

(Assessoria de Comunicação do MMA)

No dia 3 de setembro, em São Paulo, foi realizada a reunião da Coordenação dos Movimentos Sociais – CMS – com o objetivo de discutir as eleições municipais e a participação dos movimentos sociais nesse cenário. No entanto, a pauta compreendeu também demandas dos movimentos, em suas especificidades, com destaque para a aprovação da campanha desenvolvida pela Federação Única de Petroleiros: “O Pré-Sal é nosso!”. A campanha se desenvolverá através de abaixo assinado com o objetivo de concretizar uma lei de Iniciativa Popular que visa garantir a estatização completa da Petrobrás (que atualmente tem alto percentual de capital estrangeiro entre seus acionistas).
 

A Associação Nacional de Pós-Graduandos, através de seu Diretor de Movimentos Sociais Fabio Plut, pautou a atual campanha da ANPG por mais direitos para os pós-graduandos e distribui o manifesto para todos os movimentos presentes, ampliando as reivindicações da ANPG para as entidades que compõe a CMS. Para Fábio “essa foi uma importante iniciativa que capilariza as reivindicações da ANPG”. Além disso, o diretor também ficou surpreso com o nível de discussão desta reunião que, ao invés de se adaptar a pressão das eleições, decidiu usar o momento com um movimento que trará resultados e aumentará a politização brasileira. 

Ministro propõe facilitar pagamento para professores e confirmou mudanças no Enem 2009

 

 

Nesta segunda-feira (1), o ministro da Educação, Fernando Haddad, propôs mudanças no programa de Financiamento Estudantil (Fies). Em entrevista ao programa Painel RBS, da TV Com, Porto Alegre, Haddad, defendeu a extensão do financiamento para cursos de mestrado e doutorado.

 O ministro também propôs o pagamento facilitado da dívida para estudantes, que optarem por carreiras do magistério. "Os professores poderiam pagar trabalhando em escolas públicas", afirmou.

 Os cursos a distância serão avaliados pelo Ministério, a exemplo dos cursos de Direito, que fecharam vagas. “A avaliação dos cursos de Direito resultou no fechamento de 25 mil vagas em cursos que não tinham qualidade adequada”, disse Haddad.

 "É importante a valorização e o crescimento continuo do financiamento para a pós-graduação, tendo em vista que só assim é possível que o Brasil cresça de forma sustentável. Necessitamos de mão-de-obra qualificada e pessoas que ajudem a pensar como fazer esse País atingir seu potencial na esfera mundial, e,  cada vez mais igualitário e com responsabilidade social", afirmou Hugo Valadares, presidente da Associação nacional dos Pós-Graduandos (ANPG), sobre as propostas do ministro.

 
Mudanças no Enem

O ministro também confirmou as mudanças no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), anunciadas pelo presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Reynaldo Fernandes, ao G1.

Segundo Haddad, a idéia é que haja possibilidade de comparações de desempenho dos estudantes em relação à edição anterior da prova. “Esse instrumento permite diagnóstico do ensino médio, mas ainda não podemos avaliar os resultados de um ano para o outro”, explicou o ministro.

 Alunos que fazem vestibular serão os maiores beneficiados pela mudança. Hoje, quem fez o exame em 2006 e quer prestar vestibular em 2008 não pode usar a pontuação do Enem, com as mudanças, poderá passar a usar. A mesma restrição prejudica quem busca bolsa de estudos do Programa Universidade para Todos (ProUni). O presidente do Inep destacou que a comparação de dados já e possível no Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico.

Para o presidente da UBES, Ismael Cardoso “O Enem é uma prova que favorece os que possuem melhores condições financeiras, como podemos observar, o número de participantes nas regiões Norte e Nordeste é inferior aos do Sul e Sudeste. As mudanças propostas pelo ministro podem ajudar a reverter esta situação, pois motiva os estudantes a se inscreverem para a prova”.

Outra alteração significativa no Enem será, que a prova com 63 questões objetivas pode deixar de ser única para todo o País. O Enem avalia o desempenho dos alunos que estão concluindo ou que já concluíram o ensino médio. Desde a sua criação, o exame nacional foi pensado também como modalidade alternativa ou complementar aos exames de acesso aos cursos profissionalizantes pós-Médio e ao Ensino Superior.

 Ismael também aprova essa proposta “Nós não temos uma grade curricular uniforme no nosso País, o que um estudante de Manaus aprende, não é o mesmo que um estudante de Porto Alegre aprende, o Enem deve considerar essas diferenças”.

 
Da redação

Com G1

Laura Ignacio escreve para o “Valor Econômico”:

A controvérsia em torno da necessidade de anuência prévia da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para a concessão de patentes de produtos farmacêuticos – além do registro no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) – pode ter um desfecho em breve.

 

O secretário de tecnologia industrial do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Francelino Grando, anunciou ontem, durante o "XXVII Seminário Nacional da Propriedade Intelectual", realizado em São Paulo, que o governo tem clareza do problema e que a solução deve ser anunciada "a curto prazo".

O secretário disse que os ministérios do Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia, Saúde e Casa Civil vão se reunir nos próximos dias para debater o tema e acabar com o imbróglio. "Talvez o Executivo apóie um projeto de lei que determine que a Anvisa deverá apenas identificar eventuais riscos à saúde pública", disse o secretário, que afirmou ainda "não compreender como nosso imposto possa pagar para dois organismos do mesmo Estado fazer, ao mesmo tempo, a mesma avaliação, sobre os mesmos critérios".

Depois que o artigo 229c foi acrescentado à Lei de Propriedade Industrial – a Lei nº 9.279, de 14 de maio de 1996 -, a Anvisa passou a ter a prerrogativa de anuir sobre a possibilidade de patentear produtos farmacêuticos. Com isso, algumas vezes as indústrias têm que lidar com a negativa da Anvisa simultânea à aceitação do INPI sobre a patente de um mesmo produto – o que vem provocando insegurança jurídica entre as empresas do setor e conseqüentemente, o surgimento de litígios na Justiça.

O advogado Wander da Silva Saraiva Rabelo, do escritório Moreau Advogados, tem ações em tramitação na Justiça em nome de indústrias nacionais e multinacionais farmacêuticas que contestam a competência da Anvisa para autorizar a patente de produto farmacêutico. "Essa concorrência de poderes não ocorre em nenhum lugar do mundo", afirma.

Rabelo diz que vem conseguindo decisões da primeira instância da Justiça favoráveis às indústrias, e que, segundo ele, podem inaugurar uma nova jurisprudência a respeito do tema. Isso porque, por enquanto, a Anvisa vem saindo vitoriosa das disputas judiciais.

Como na decisão da Primeira Turma Especializada do Tribunal Regional Federal (TRF) da 2ª Região, que negou um pedido do laboratório Aventis Pharma para obrigar o INPI a registrar a patente do medicamento trihidrato de docetaxel, utilizado no combate ao câncer.

O pedido de registro de patente havia sido aprovado pelo INPI, mas rejeitado pela Anvisa. Na sentença de primeira instância, a juíza federal Edna Carvalho Kleemann declarou que a concessão indevida de patentes pode restringir o acesso da população a medicamentos, decisão confirmada no início de agosto pela desembargadora Liliane do Espírito Santo Roriz de Almeida, do TRF da 2ª Região.

De acordo com o presidente do INPI, Jorge Ávila, quando a Anvisa não concede anuência, o instituto não pode fazer nada. "A legislação não especifica quais critérios devem ser usados pela Anvisa e quais devem ser utilizados pelo INPI em caso de produtos farmacêuticos, mas as empresas estão ajuizando ações na Justiça", afirma.

"E como a Anvisa usa os requisitos de patenteabilidade que o INPI utiliza, há retrabalho", critica o procurador-chefe do INPI, Mauro Maia. O procurador diz ainda que, segundo um parecer da consultoria da União, que faz parte da Advocacia-Geral da União (AGU), a Anvisa deve analisar o pedido de patente somente no que diz respeito ao risco à saúde.

Além da duplicidade de análises de patentes farmacêuticas, o presidente do INPI admite que o estoque de processos registro de patentes ainda não analisados também provoca insegurança jurídica – e diz que o instituto tem investido em algumas ações. Segundo ele, em 2009 o INPI contará com 93 examinadores de patentes a mais para dar conta dos pedidos de registro. "E vamos pedir a criação de mais 165 vagas para 2010", diz.

A meta do instituto, de acordo com Ávila, é a de que até outubro de 2011 o órgão conclua a análise dos depósitos de patentes realizados até 2004 e passe a julgar os pedidos de patentes feitos até 2010 em até quatro anos, a contar da data do depósito.

Outras duas metas do instituto, de acordo com Ávila, são a criação de uma nova legislação ou a alteração da lei já existente para que o INPI possa registrar patentes sonoras, olfativas, táteis, o chamado "trade dress" – conjunto-imagem de determinado produto ou serviço – e domínios, além de permitir a proteção da inovação incremental como de polimorfos, segundos usos, cristais e co-cristais.

"Má regulação também leva à insegurança jurídica. E os reflexos dessa insegurança são sentidos nos caixas das empresas", afirma Ávila.

(Valor Econômico, 26/8)