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Estudantes regularmente matriculados em cursos de doutorado no Brasil interessados em estágio nos EUA podem concorrer a bolsas da Fulbright e da Capes

O prazo para apresentação de candidaturas referentes ao ano acadêmico 2010/2011 vai até o próximo dia 28 de fevereiro. Os candidatos, de todas as áreas, devem ter comprovado desempenho acadêmico, além de apresentarem projetos de pesquisa de excelência a serem conduzidos em uma instituição norte-americana.

 

Entre outros benefícios, os selecionados terão direito a bolsa da Capes no valor de US$ 1.300 por mês, auxílio-pesquisa da Fulbright para o período de nove meses, variável entre US$ 2 mil a US$ 7 mil, e passagens aéreas de ida e volta.

 

Para mais informações, acesse o site da Fulbright: http://www.fulbright.org.br/ddr.html

O doutorado é uma titulação que exige mais do que outras pós-graduações como; mestrado, MBA ou especialização. No entanto, um curso de doutorado vai muito além da obtenção do diploma de doutor em determinada área. Vamos te explicar neste artigo como o doutorado funciona, em quais situações ele é uma pós vantajosa e também os benefícios que ele traz a quem o conclui.

Como o doutorado funciona?

O curso oferece um conhecimento extremamente aprofundado e ainda dá ferramentas para que o aluno desenvolva coisas novas. É nessa fase em que  o pesquisador se encontra mais maduro e apto para conduzir seus projetos com mais independência.

Ele é voltado para quem quer desenvolver conhecimento científico, inovação e tecnologia. Também para aqueles que desejam lecionar em universidades, sendo portanto, um intelectual altamente capacitado e especializado.

No mestrado, que normalmente foi feito anteriormente ao doutorado, o aluno teve contato com os caminhos teóricos e as principais produções intelectuais de sua área de pesquisa. No doutorado, por sua vez, o profissional deve apresentar conhecimentos inovadores adicionando mais conhecimento ao que será discutido na academia.

Quanto tempo dura um curso de doutorado?

O curso dura de 4 a 5 anos e possui uma carga horária bem reduzida nas salas de aula. Entretanto a maior parte do trabalho é feito em casa e isoladamente. Este consiste majoritariamente na leitura dos textos, pesquisa e dissertação da tese.

Como é o processo para entrar no doutorado?

Apesar de ser raro, alguns profissionais acabam entrando para o doutorado sem passar pelo mestrado. Mas são ocasiões mais isoladas, já que as próprias instituições não costumam aceitar.

Em parte isso acontece devido ao principal requisito. O aluno deve apresentar logo no começo uma tese original que será desenvolvida no doutoramento, além de contar também com um orientador. Isso pressupõe uma grande intimidade com a pesquisa acadêmica e maturidade para conduzir os estudos.

Entre os requisitos para o doutorado estão: ter um currículo exemplar mostrando claro interesse em seu objeto de pesquisa, além de comprovar ser um exímio pesquisador. Também é necessário comprovar proficiência em pelo menos dois idiomas fora sua língua mãe. Isso pode ser comprovado através de certificados ou provas aplicadas na instituição.

Como saber se o doutorado é indicado para você?

Não adianta fazer um doutorado apenas para ter o título de doutor. Esse é um curso muito aprofundado, complexo e que tomará grande parte do seu tempo, talvez até impedindo que você continue a trabalhar fora da pesquisa.

  • Determinação e foco

Essas são duas palavrinhas essenciais e que irão te acompanhar ao longo do curso. Afinal, você passará, no mínimo, quatro anos lendo sobre o mesmo assunto. Por isso é essencial que você realmente goste de sua pesquisa e tenha interesse em desenvolvê-la mais ainda pelos próximos anos.

  • Aptidão para a ciência

Se você logo no mestrado teve ideias originais sobre o tema e quer apresentá-las ao mundo, ou se quer lançar uma nova perspectiva sobre o seu objeto de pesquisa, então o doutorado é o curso certo para você.

  • Visa lecionar

Todas as universidades devem ter em sua maioria do corpo docente, professores doutores. Tendo a titulação, é mais fácil se destacar nos processos seletivos e conseguir a cadeira na faculdade pretendida

Como é o trabalho de conclusão?

O trabalho final que será avaliado é a tese. Ela é submetida a uma banca examinadora e deve conter um ponto de vista inédito, que também contribua para o avanço do conhecimento. O pós-graduando é submetido a uma sabatina por especialistas da banca. Se aprovado, o aluno recebe o título de doutor.

Por que fazer um doutorado?

Além das vantagens claras apresentadas anteriormente, algumas oportunidades são mais viáveis dentro de um doutorado, são elas:

  • Oportunidades de intercâmbio

Muitas universidades, sobretudo as públicas, oferece intercâmbios para que o pesquisador passe um tempo no exterior, são os chamados “bolsas sanduíches”. Além de morar alguns anos no exterior, você ainda irá receber uma ajuda de custo e poder ter novas vivências e entrar em contato com pessoas de outros países que estão desenvolvendo projetos semelhantes ao seu.

  • Aumento salarial

De acordo com o estudo Mestre e Doutores, realizado pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações e Comunicações (MCTIC) os doutores ganham em média, por mês, R$ 13.861,00 isso é bem mais que média daqueles que não possuem pós-graduação, que é de R$ 2.449,00.

  • Desenvolver o pensamento crítico

Todo estudo desenvolve a capacidade analítica e intelectual do ser humano, formando pessoas com uma compreensão de mundo mais apurada e ampla. Com o doutorado é a mesma coisa, ele abre a visão para novas perspectivas e ideias.

  • Melhorar o domínio em línguas estrangeiras

Ao entrar em contato com, no mínimo, 2 idiomas estrangeiros, o profissional tem a oportunidade de desenvolver cada vez mais o domínio no idioma. Isso é ainda mais relevante caso o doutorado inclua intercâmbio para fora do país.

O governo incentivava o doutoramento

Um estudo foi feito em 2010 pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), o chamado “Doutores 2010” e mostrou que existia no Brasil menos de dois doutores para cada mil habitantes. Essa proporção era muito baixa se comparada com países desenvolvidos, como Canadá (6,5), EUA (8,4), Alemanha (15,4) e Suíça (23).

Por esse motivo, uma meta do Plano Nacional de Pós-Graduação (PNPG) 2011-2020 era o de duplicar o número de doutores para que o Brasil viesse a exercer um papel de maior destaque na produção global do conhecimento científico e no desenvolvimento de tecnologia de ponta. Para aumentar esse índice foi distribuída mais bolsas de doutorado. Entretanto atualmente, no ano de 2019,  as bolsas tem sofrido vários ataques do governo atual e sido drasticamente cortadas, como vemos nos noticiários.

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Na terça-feira, dia 3, a ANPG publicou uma matéria sobre as preocupações dos pós-graduandos que participaram do edital 19/2016 referente ao Programa de Doutorado Sanduíche no Exterior e sua mudança no calendário (veja aqui).
A Capes enviou um comunicado para a ANPG na qual esclarece que a concessão somente ocorre após o encerramento de todos os tramites de seleção e instrumentalizada por meio de um documento especifico denominado carta de concessão, que contem os dados da concessão, entre eles o período da bolsa. O órgão destaca que antes da emissão da carta todas as despesas de recursos são de inteira responsabilidade do candidato.
Ainda de acordo com a Capes, a alteração no cronograma inicial, a pedido das pro- reitorias, deu-se em razão: as ocupações das universidades e grande volume de pedido de cotas adicionais. Este último, previsto no edital, que ensejou concessão de prazo adicional, para o remanejamento de cotas dentro das universidades, e homologação das candidaturas no sistema da Capes pelas IES. As 2.185 cotas de 12 meses resultou em mais de 4.500 propostas.
O órgão ainda ressalta que, uma vez emitida a carta de concessão, nao haverá redução no período de vigência da bolsa, conforme homologação da pro-reitoria, e que o candidato poderá se deslocar ao exterior ate 30 (trinta) dias antes da autorização para o inicio das atividades. Mas o Capes lembra que isso não garante a antecipação de pagamento que poderão ser efetivados após os tramites operacionais e bancários.
A ANPG se coloca à disposição dos alunos do Programa de Pós-graduação do Doutorado Sanduíche para ajudá-los em um debate aberto com a Capes.

Estudantes brasileiros interessados em fazer o doutorado, pleno ou sanduíche, na Alemanha poderão se candidatar até o dia 18 de março. A seleção será por meio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e do Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico (Daad).

As inscrições devem ser efetuadas na página do CNPq na internet – formulário eletrônico disponível na plataforma Carlos Chagas. Os candidatos deverão enviar também cópias da documentação ao escritório do Daad, no Rio de Janeiro.
 
Antes do início da pesquisa, os bolsistas de doutorado pleno terão direito a curso de alemão pelo Daad, vinculado ao Ministério da Educação e Pesquisa da Alemanha (BMBF). A duração é estabelecida de acordo com o nível de conhecimento do idioma, a área de pesquisa e as condições e os pré-requisitos da universidade anfitriã. Para os candidatos a doutorado sanduíche e duplo doutorado, o curso está disponível se a permanência for de dez meses ou mais.
 
O projeto deverá incluir o período planejado para sua execução, sem contar o tempo de realização do curso de língua. Para as candidaturas do duplo doutorado, o cronograma deve detalhar todas as etapas do projeto a serem realizadas no Brasil e na Alemanha.
 
Todas as propostas deverão contar com uma versão em português e outra em inglês ou alemão. Informações sobre a importância do projeto de pesquisa, a integração do candidato no grupo de pesquisa na Alemanha e existência de uma vaga de trabalho à disposição do bolsista na universidade, entre outras, também serão consideradas pela comissão responsável pela seleção.
 
Acesse a Chamada aqui.
 
CURSOS 
 
A categoria Doutorado Pleno se caracteriza pela execução completa da pesquisa e da defesa da tese na Alemanha, em todas as áreas do conhecimento. A duração da bolsa é de no máximo 48 meses pela Capes, 36 meses (prorrogáveis por até 12 meses) pelo CNPq e 42 meses pelo Daad. As agências renovarão os contratos desta modalidade, anualmente, por meio da análise de consultores com base na carta de avaliação dos orientadores alemães, no desenvolvimento da pesquisa e na justificativa da solicitação.
 
Na categoria Doutorado Sanduíche, o apoio é para aluno formalmente matriculado em curso de doutorado no Brasil que justifique a necessidade de aprofundamento teórico, coleta ou tratamento de dados, ou desenvolvimento parcial da parte experimental de sua tese na Alemanha. A duração da bolsa também varia de acordo com a agência que financia a bolsa de intercâmbio estudantil.
 
Nessa modalidade, serão aceitos apenas candidatos que tenham iniciado o curso de doutorado no Brasil. O candidato deve verificar, antes da inscrição, as regras de suspensão da bolsa no País durante o período no exterior, a partir da data da viagem para a Alemanha. A consulta deverá ser realizada na coordenação do programa de doutorado no Brasil ou na agência de fomento.
 
Já o duplo Doutorado é uma modalidade oferecida apenas pela Capes e pelo Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico e se destina a candidatos inscritos em um curso de doutorado no Brasil, que pretendam também obter titulação de uma universidade alemã. Para essa categoria, o candidato deverá apresentar a concordância dos orientadores e comprovar que o regulamento da pós-graduação, tanto da universidade brasileira quanto da alemã, permite o duplo doutoramento. A duração da bolsa varia de acordo com a instituição financiadora.
 
A concessão das bolsas será estabelecida de acordo com os critérios específicos de cada agência e a seleção dos candidatos caberá a uma comissão mista formada por consultores e representantes das três instituições financiadoras do programa. A seleção será em três etapas, sendo duas análises, documental e de mérito, entre abril e maio de 2013, e uma entrevista, na segunda quinzena de maio. Após a seleção, o bolsista deverá se orientar pelas normas da agência que financiará sua bolsa.
 
Fonte: Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação
 
 

O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCT) recebe, até 29 de julho, propostas para bolsas de Doutorado Pleno, Doutorado Sanduíche e Pós-Doutorado, no âmbito do programa de cooperação com a Academia de Ciências para o Mundo em Desenvolvimento (TWAS).

O programa é voltado somente para estrangeiros provenientes de países em desenvolvimento, que deverão submeter a documentação exigida via Plataforma Carlos Chagas. Além da mensalidade e taxa de bancada oferecidas pelo CNPq, a TWAS paga o deslocamento dos candidatos entre o país de origem e o Brasil e um auxílio-instalação.

Entre os requisitos para candidaturas, destaca-se a necessidade de obtenção de uma carta de aceite emitida por um programa de pós-graduação com nota 5, 6 ou 7 na última avaliação trienal da Capes. Toda a documentação enviada deve ser redigida em língua inglesa.

Para mais informações, leia a chamada disponível em: http://www.cnpq.br/editais/ct/2011/twas.htm

Um estudante pós-graduando sorrindo e olhando para o seu lado esquerdo, durante uma aula.

 

(Portal MCT)

Devido as reclamações sobre a paralisação das bolsas de doutorado sanduíche no exterior (PDSE) concedidas pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), a ANPG entrou em contato com a agência, que afirma que, devido aos cortes, os processos ainda estão suspensos.

Segundo a Professora Marilena, responsável pelo Departamento de Bolsas no Exterior, os processos não foram indeferidos, mas é certo que a CAPES não possui capacidade financeira para conceder a bolsa neste momento. Ainda segundo Marilena, nenhum processo foi indeferido, pois permanecem os esforços para aumentar a destinação orçamentária para esse programa.

A ANPG sabe que o doutorado sanduíche é parte do planejamento da vida dos pesquisadores que se esforçam para a obtenção de tal auxílio. A Associação é totalmente contra os cortes orçamentários e, em reunião anterior com a Presidenta da República, Dilma Rousseff, e ao questionar tais cortes, recebeu como resposta a garantia de que não haveria um centavo a menos para educação. Porém, não é o que temos presenciado.

A Diretoria da ANPG tem acompanhado de perto essa situação e aguarda, há mais de quinze dias, resposta escrita da CAPES para os questionamentos feitos. Até o fechamento dessa matéria a agência não se pronunciou oficialmente.

Continuamos aguardando resposta oficial da CAPES que confirme as conversas telefônicas que tivemos e, caso o problema não seja resolvido até o começo da próxima semana, teremos ações mais incisivas.

Foto do destaque:  brasil.gov.br
Da Redação

Brasília, 28 de março de 2024.

Fruto da Jornada de Lutas da ANPG em 2024, a CAPES acabou de publicar uma portaria (Portaria 92/2024) que irá adicionar mais de 1000 bolsas de mestrado e doutorado ao sistema de concessão da Agência. Essas novas bolsas serão distribuídas a partir das cotas de pró-reitorias, que, por sua vez, poderão alocá-las de acordo com as necessidades de seus programas de pós-graduação.
A partir dessa portaria, a CAPES faz algumas modificações na distribuição das bolsas, o que permitirá a inclusão das bolsas PROEX (programas de excelência) no cálculo das “cotas de pro-reitorias”. Com esse movimento, na próxima abertura do sistema, haverá uma quantidade de mais de 1000 bolsas sendo distribuídas, com limite de 50 novas bolsas a mais por universidade, a partir dos critérios estabelecidos na portaria.
Esse é mais um importante passo na luta em defesa da universalização das bolsas no país, pois menos de 40% dos estudantes de metrado e doutorado possuem bolsas. Com isso, ampliamos mais de 7000 bolsas no sistema desde o início de 2023 até agora.
Outro importante passo que demos essa semana, fruto da nossa jornada de lutas, foi o protocolo do Projeto de Lei (974/2024) na Câmara de Deputados. O projeto é de autoria da Deputada Alice Portugal (PCdoB/BA) e foi fruto da articulação que a ANPG construiu junto a CAPES, CNPq, INSS e outros atores importantes da Ciência e Tecnologia no país. A nossa luta agora vai ser conseguir que o projeto tramite em caráter de urgência, ou seja, ir direto ao plenário e ser votado ainda esse semestre, garantindo, assim, um salto qualitativo na pós-graduação e uma perspectiva de seguridade social para os jovens pesquisadores no país.
Outro projeto importante que deverá ter nossa atenção é o que garante o acesso dos pós-graduandos à Politica Nacional de Assistência Estudantil, o qual, a partir da nossa luta, já foi aprovado na Câmara de Deputados e já está no Senado para discussão.
Além disso, a jornada de lutas cumpriu o objetivo de ampliar o diálogo com diversos deputados e senadores para garantir uma suplementação orçamentária para a CAPES, a fim de possibilitar o imediato reajuste das bolsas do doutorado sanduíche – as quais já estão há 13 anos sem reajuste, colocando os doutorandos que estão ou irão internacionalizar em condições de vulnerabilidade social -, bem como um novo reajuste para todas as bolsas para cobrir a defasagem inflacionária dos últimos 6 anos. Também pautamos o debate sobre a criação do mecanismo de reajuste anual.
Nesse sentido, 2024 está sendo de muita luta para o avanço da pós-graduação no Brasil e a expansão das fronteiras da Ciência brasileira. Precisamos seguir mobilizados para garantir esses avanços, pavimentar um caminho de valorização do jovem pesquisador e fazer com que a pós-graduação cumpra sua função social de responder os desafios nacionais.

Lutar vale à pena!

Diretoria Executiva da ANPG

São Paulo, 04 de abril de 2023

Após 10 anos de muita luta, a Associação Nacional de Pós-graduandos, juntamente com o movimento nacional de pós-graduandos, conquistou o reajuste das bolsas de estudos, que estavam desvalorizadas em mais de 75%, condição que colocou milhares de pós-graduandos em vulnerabilidade social. Esse passo que o Brasil deu pode ser colocado como uma das políticas mais acertadas do atual governo, pois estamos falando do desenvolvimento e da soberania nacional socialmente referenciados, além de caminhar para uma produção científica e de um conhecimento mais democrático.

Essa vitória só foi possível pela virada de chave que conquistamos ao derrotar o governo Bolsonaro nas urnas, abrindo um caminho de perspectivas para reconstrução nacional, com democracia, educação, ciência e valorização da vida. Entretanto, a reconstrução exige a continuidade da nossa mobilização em defesa das causas justas, colocando a população dentro das prioridades do atual governo e do Congresso Nacional. Em síntese, o Brasil precisa sair do mapa da fome e voltar ao mapa da Ciência.

Apesar da derrota eleitoral do último governo, muitas de suas medidas ainda vigoram, impedindo a retomada plena do nosso desenvolvimento. A política nefasta de juros altos do Banco Central e o Teto de Gastos impactam o Orçamento do Conhecimento brasileiro – logo, impactam a vida do pós-graduando e suas perspectivas -, tendo em vista que são medidas que sufocam a economia e solapam oportunidades, inclusive, de conquistarmos nossa soberania e independência econômica e tecnológica. É apenas através de políticas públicas sociais que permitam gerar oportunidades, renda, emprego e combate à fome que reconstruiremos o país e colocaremos o povo no orçamento público.

Precisamos continuar lutando pela valorização do pós-graduando no Brasil. É urgente o reajuste das bolsas que ainda não tiveram seus valores corrigidos, como as bolsas de doutorado sanduíche, das fundações de amparo à pesquisa nos estados, das instituições de ensino, dentre outras. Ao lado disso, é necessário criar e implementar um mecanismo anual para reajuste das bolsas, resguardando os pesquisadores das intempéries de governos.

É preciso avançar no debate e formulação dos direitos à assistência estudantil, trabalhistas e previdenciários, criando um sistema de proteção social àqueles que produzem mais de 90% da ciência nacional e que são os verdadeiros responsáveis pela produção do conhecimento no país, força motriz de nosso desenvolvimento. Sem esses mecanismos, a produção científica poderá voltar a ser acessível apenas para a elite.

Devemos persistir no caminho de democratizar o conhecimento para que a ciência seja produzida pelo povo e para o povo brasileiro, compreendido em toda a sua diversidade. Por isso, além disso, é urgente a universalização das ações afirmativas, associadas a um conjunto de políticas públicas de permanência. Só com a da consolidação de uma proposta robusta, da articulação institucional e da mobilização massiva dos pós-graduandos que avançaremos rumo a mais essas conquistas históricas do Movimento Nacional de Pós-Graduandos.

Por isso, ao final da II Reunião de Diretoria da ANPG, realizada entre os dias 31 de março e 02 de abril de 2023, instalamos a criação de três grupos de trabalho: a) mundo do trabalho (direitos trabalhistas e previdenciários); b) assistência e permanência estudantil; c) ações afirmativas. Esses grupos serão compostos pela diretoria da ANPG, funcionarão de abril a julho deste ano e terão por objetivo analisar, debater e formular proposições sobre essas temáticas.

Não obstante, temos que discutir e avançar em propostas para tornar o ambiente da pós-graduação mais saudável. É impossível alcançar a pós-graduação que queremos com mais de 80% dos pós-graduandos desmotivados em continuar seus estudos e com 53% diagnosticados com algum adoecimento mental pós-pandemia, como atestam estudos da Fiocruz. Nesse quadro, faz-se necessária uma nova prorrogação dos prazos e bolsas para aqueles que ainda encontram dificuldades estruturais para continuação e término de suas pesquisas, posto que os efeitos da crise sanitária ainda perduram.

Para a defesa intransigente dos direitos dos pós-graduandos, o fortalecimento da pós-graduação e da ciência nacional, é imprescindível continuarmos a mobilização e o fortalecimento da ANPG, das Associações de Pós-Graduandos e de todo o movimento nacional de pós-graduandos, ampliando a rede de APGs espalhadas por todo o país, a fim de garantir capilaridade e força suficientes para a conquista dessas pautas e direitos nesse próximo período.

Diante das mudanças promovidas na direção da Coordenação de Aperfeiçoamento
de Pessoal de Nível Superior (CAPES), agência mais importante de fomento à pesquisa
do país, a Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG) vem a público externar sua
preocupação com a agenda da Instituição.

Em primeiro, a CAPES compõe o Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia, e é
uma importante mantenedora do Sistema Nacional de Pós-Graduação. Por isso, é
importante frisar que a instabilidade de gestões não pode ser fator de fragilização da pósgraduação brasileira. Assim, o pleno funcionamento dessa agência deve ser observado
como parte das políticas de Estado, as quais precisam ser perenes e não dependentes do
governo de turno.

Em segundo, nos preocupa o orçamento aprovado para o ano de 2021, o qual é
muito aquém das necessidades da instituição e da continuidade das políticas públicas de
fomento à pós-graduação brasileira, as quais visam atingir as metas estabelecidas no atual
Plano Nacional de Educação. Além disso, a atual condição financeira coloca em risco
projetos, como a formação de profissionais para educação básica e outras prioridades de
ação da agência, comprometendo, também, toda pesquisa realizada no país. Desse modo,
antes de qualquer coisa, é preciso discutir uma estratégia para a recomposição dos seus
recursos necessários. E, assim, permitir o cumprimento dos compromissos da CAPES
com a necessidade da pós-graduação, pesquisa e formação de recursos humanos no país.
Nesse aspecto, torna-se fundamental também a defesa orçamentária e a execução do
Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT).

Ademais, chama-nos a atenção que diante a escassez orçamentária, voltemos as
tendências de concentração do fomento no eixo centro-sul do país, quando reconhecemos
a descentralização da pós-graduação, como uma política avançada e que deve ser
reforçada. De mesmo modo, deve ser perseguida, a necessidade de mantermos o
equilíbrio no financiamento de todas as áreas do conhecimento, sem distinções que possam valorizar umas em detrimento de outras, como temos acompanhado, com uma
descontinuação de fomento e incentivo às ciências humanas e sociais no país.
Não obstante, a pandemia tem imposto um conjunto de dificuldades e novos
desafios que exigem novas atitudes para mitigar seus danos na produção científica
nacional. Por isso, é preciso que haja uma nova e imediata prorrogação de prazos e das
bolsas de estudos, para pelo menos, mais 6 meses, para que todos os pós-graduandos
tenham condições temporais e estruturais de concluírem suas pesquisas em cenário tão
adverso. E na mesma linha de valorizar os pesquisadores brasileiros, precisamos,
igualmente, discutir o reajuste dos valores das bolsas de estudos, as quais não possuem
mecanismos anuais de reajuste, e já se encontram há oito anos sem reajuste, assim como,
discutir a garantia dos direitos trabalhistas e previdenciários dos pós-graduandos no
Brasil.

Ainda nesse aspecto, precisamos de uma política consistente de retenção e fixação
de jovens pesquisadores e pesquisadoras brasileiras. A verba para Ciência e Tecnologia
(C&T) não pode ser vista como gasto, mas investimento para saída das múltiplas crises
que enfrentamos e retomada do desenvolvimento nacional. Por isso, a interrupção do
Programa Nacional de Pós-Doutorado está na contramão do que as economias mais
desenvolvidas têm adotado como política nacional, a exemplo dos Estados Unidos,
Alemanha, China, Coreia do Sul, dentre outros, os quais têm ampliado os investimentos
em C&T e formação de pessoal altamente capacitado. Esse cenário tem feito com que,
diante a escassez de recursos e ausência de incentivos governamentais e oportunidades
no mercado de trabalho, nossos mestres e doutores, assim como as atuais pós-graduandas
e pós-graduandos, infelizmente, estejam saindo do país, engrossando o fenômeno
conhecido como “fuga de cérebros”.

Diante de tantos desafios, a ANPG apresenta à sociedade e à Capes uma agenda para
superação da crise, colocando a Educação e a Ciência como vértices de um projeto
nacional de desenvolvimento que garanta a soberania do povo brasileiro, fortaleça a
ciência, retome o crescimento econômico, gere emprego, distribua renda e combata as
desigualdades sociais, raciais, de gênero e regionais:

 Realização de amplo debate sobre o Plano Nacional de Pós Graduação (PNPG) e
seus desafios para a próxima década;
 Defesa da qualidade da pós-graduação e do sistema de avaliação, preservando,
ambos os sistemas, das pressões por sua desregulamentação;
 Defesa do sistema consultivo e do pleno funcionamento dos órgãos colegiados da
CAPES uma vez que eles contam com ampla participação da comunidade
acadêmica e têm colaborado na formulação de políticas para a Pós-graduação;
 Estratégia para atuação junto ao Congresso Nacional e aos órgãos técnicos do
governo visando a recomposição imediata do orçamento da Capes aos patamares
de 2015;
 Prorrogação automática e universal das bolsas e prazos por, pelo menos, mais 6
meses;
 Plano para o reajuste das bolsas de estudo, que seguem sem atualização há 8 anos;
 Retomada do Plano Nacional de Pós-Doutorado e uma política de fixação de
jovens doutores e doutoras no país;
 Tratamento equidistante de todas as áreas do conhecimento.
 Anistia aos participantes do Programa de Doutorado sanduíche – Edital 2018

 

veja aqui o PDF

 

21 de julho de 2020

A Associação Nacional de Pós-Graduandos vem a público externar algumas preocupações acerca do edital nº 25/2020 do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que dispõe sobre a concessão de bolsas de mestrado e doutorado nesse semestre e pedir a imediata suspensão do edital.
Em primeiro lugar, é preciso destacar que o CNPq desempenha um importante papel no fomento à pesquisa e para a pós-graduação brasileira. As bolsas de estudos, sejam vinculadas a projetos ou cotas por programa, são instrumentos para o fomento à pesquisa no país. Embora não tenhamos dados atuais, nossa última informação é que em 2018 a agência concedeu cerca de 16.927 bolsas de estudos, sendo 8.343 para mestrado e 8.084 para doutorado, perfazendo quase 20% das bolsas concedidas pelas agências nacionais.
Em segundo, compreendemos as motivações que levam à reformulação da forma de concessão das bolsas do CNPq. É preciso, de fato, delimitar as funções da agência para que não sejam confundidas com outras, pois essa confusão tem permitido ataques e evidenciado projetos retrógrados que visam, inclusive, como já especulado, a sua extinção. No entanto, qualquer proposta de mudança precisa ser amplamente dialogada com a comunidade acadêmica, sindicatos e movimentos sociais, para que se encontrem os melhores caminhos para a atualização do seu projeto institucional, de acordo com as necessidades de desenvolvimento da pesquisa e do povo brasileiro. Além disso, qualquer medida nesse sentido precisa partir da premissa de não fazer nenhum corte de bolsas de pós-graduação. E, ao que nos parece, esse edital pode levar a uma diminuição no número de bolsas ofertadas, especialmente para programas de pós-graduação recentes ou ainda menos consolidados.
Não obstante, apontamos, a seguir, algumas lacunas importantes no edital, que, se não forem superadas, podem aprofundar as históricas desigualdades na produção científica do país e ampliar o clima de incerteza que toma os pesquisadores brasileiros.

O primeiro problema que o edital traz é a não divulgação da previsão da quantidade de bolsas que serão concedidas. É preciso a divulgação desse percentual, assim como, a atual distribuição de bolsas concedidas pelo CNPq;
A principal mudança do edital é a forma de concessão de bolsas, alterando bolsas por cotas para bolsas concedidas a projetos de pesquisa, com o coordenador do programa submetendo até dois projetos generalistas, os quais precisam descrever as linhas de atuação, sendo um para bolsas de mestrado e outro para bolsas de doutorado. Fase que irá ocorrer antes mesmo do início da temporada de seleção de novos alunos pelos ppgs brasileiros.
Um problema grave aqui é que se exclui o futuro bolsista da elaboração do projeto, especialmente quando um dos objetivos do edital é a capacitação de capital intelectual para produção científica. Oras, a formulação da proposta é justamente uma das etapas da produção científica. E é preciso fomentar o desenvolvimento de pesquisadores capazes de cumprir essa etapa fundamental. Outro problema reside na necessidade de priorizar algumas ou uma única linha de pesquisa do programa, em um mundo que está cada vez mais valorizando o conhecimento multi e interdisciplinar.
Uma sugestão é modificação para que cada programa possa submeter projetos elaborados pelos orientadores e futuros alunos, os quais poderiam concorrer entre o atual percentual de cotas de bolsas do ppg.

Outra mudança significativa – e que gerará problemas – são as exigências colocadas pelos itens 3.2.2 e 10.7, os quais versam sobre o proponente do projeto: o coordenador do programa. Esses itens trazem que se o coordenador estiver inadimplente com o CNPq, Receita Federal ou Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal – SIAFI, a proposta será indeferida. Ou seja, as exigências poderão penalizar o programa de pós-graduação por atos passados restritos à pessoa física do coordenador.
Além da retirada dessas exigências, é preciso que os projetos possam ser submetidos pelos orientadores junto com seus alunos, como já supracitado. Esses orientadores, em sua grande maioria, possuem cadastro como pesquisadores nas plataformas vinculadas ao CNPq e, assim, podem ser vinculados a alguma aba referente ao programa de pós-graduação.

Questão adicional refere-se à taxa para manutenção das bolsas, colocadas pelo item 5.4, especialmente quando se diz “caso, da aplicação do percentual de manutenção de que trata o subitem 5.4, resulte um número fracionário, o resultado será arredondado para o número inteiro imediatamente inferior.” Em outros termos, a taxa e os termos colocados permitirão a perda de bolsas, por exemplo, para aqueles ppgs que possuem um único benefício a ser gestado pelo novo modelo.

Outro item problemático é o 7.1, que trata justamente sobre os critérios técnicos para aprovação do projeto. Segundo o edital, a aprovação dos projetos será dada por média ponderada entre itens de avaliação do PPG, como ambiente de excelência em pesquisa, e mérito do projeto, sendo peso 4 para o primeiro e 6 para o segundo, distribuindo em alguns itens. Entretanto, esses conjuntos de critérios podem aprofundar as desigualdades no fomento à ciência já existentes e consolidar as ilhas de excelência de pesquisa no Brasil. Vejamos.
Avaliação do PPG como ambiente de excelência em pesquisa: esse conjunto de critérios, que inclui desde a caracterização do PPG à quantidade de pesquisadores e produtividade, tenderá a aprofundar ainda mais as desigualdades entre os programas e as regiões do país, pois, pelos critérios descritos, programas mais consolidados e com conceitos maiores tenderão a reter mais bolsas, enquanto os novos perderão suas poucas cotas já disponíveis, ainda mais com peso 4 para esse critério.
Ou seja, o edital não traz a aprovação a partir, e apenas, do mérito do projeto de pesquisa e seu impacto social, mas sim pela estrutura já consolidada do programa de pós-graduação, beneficiando instituições mais antigas e consolidadas, como as do centro-sul do país. Além disso, pode aprofundar desigualdades entre as áreas de conhecimento, pois ainda há diferenças significativas na produtividade em termos quantitativos e temporais que refletem hoje o conceito dos programas entre as grandes áreas de conhecimento. A saber: hoje, as humanidades compreendem metade dos cursos nível 7 que as ciências da vida e exatas sozinhas, segundo dados da CAPES.
Avaliação do Projeto de Pesquisa Apresentado: já esses, que permitiriam avaliar o mérito do projeto, enviesam os resultados para projetos de áreas tecnológicas e ciências aplicadas e já com financiamento, como colocado pelos itens BII e BIII, os quais permitirão pontuar aqueles ppgs que tiverem:
BII- Atuação em redes de pesquisa nacionais e/ou internacionais; parcerias e acordos com empresas e participação em redes tecnológicas e/ou existência de incubadoras de base tecnológica;
BIII- financiamentos vigentes com agências oficiais de fomento, organismos internacionais e instituições privadas (projetos e financiadores).
Ou seja, esses itens permitirão um melhor resultado para projetos de áreas das ciências da vida, engenharia e das ciências aplicadas, em detrimento das humanidades e ciências básicas, especialmente porque essas primeiras são as que mantêm contato com o capital privado nacional e internacional. Além disso, privilegiam projetos e grupos de pesquisas que já têm financiamento e suporte financeiro, em detrimento de projetos que estão sem financiamento, em um contexto de corte orçamentário das agências nacionais e estaduais de fomento à pesquisa. O resultado é a concentração de investimento nos programas captadores de recursos privados, independente da referência social da pesquisa, o que pode deixar à mingua pesquisas de interesse popular e de ciências básicas que não atendem aos interesses privados e à acumulação de capital. Vale ainda dizer que, entre as 20 principais corporações que colaboram com a produção científica brasileira, somente uma é nacional, a Petrobrás, segundo relatório da Clarivate Analytics.
Sem contar que, como se pode quantificar a pontuação para um financiamento de um projeto de 0 a 10? A partir de que critérios? Cada mil reais um ponto de financiamento? E projetos que necessitem, justamente, apenas da bolsa para serem desenvolvidos, como ficarão?

A partir do item 10.5, que se refere à transferência da bolsa para novos alunos, o edital já induz a não possibilidade da mudança da bolsa entre alunos. Esse fator, no atual cenário pós-graduação, com declínio na oferta de bolsas de estudos, pode ser prejudicial para programas que adotam como dinâmica a divisão temporal desse benefício para que mais discentes possam ter acesso. Outro ponto é que não prevê a possibilidade de paralisação de bolsa para alunos que consigam estágio no exterior para mestrado ou doutorado sanduíche, por exemplo. O que vai acontecer com a bolsa? O programa perderá e o aluno não conseguirá reativar quando voltar ao Brasil?

Nesse sentido, como demonstrado pelas preocupações supracitadas, temos mais dúvidas do que certezas acerca do edital. Portanto, além solicitarmos maiores esclarecimentos sobre a chamada, pedimos a suspensão e cancelamento do mesmo, com concessão das bolsas desse semestre pelos os critérios anteriormente adotados, ou seja, manutenção das cotas atuais. Assim, podemos ter mais tempo para o debate amplo com os membros da comunidade acadêmica e científica sobre um futuro modelo de distribuição de bolsas de pós-graduação, a partir da concessão ao projeto.

Associação Nacional de Pós-Graduandos.