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A carteira de estudante original da UNE, UBES e ANPG é um cartão físico. Entretanto, você pode utilizá-la para compras online. Isso porque o que individualiza cada carteira é o código de uso presente na parte inferior do seu documento. Ainda que a compra online seja possível, é importante que você leve sua carteira de estudante para o evento. De acordo com a lei, ele deve ser apresentado no ato da compra e na entrada do evento para garantia do benefício. Apesar de nosso documento ser físico, existe uma funcionalidade digital para você. Com ela você pode conferir a autenticidade da sua carteira de estudante. Assim sendo, te apresentamos o aplicativo do Meia-Entrada. Dessa forma, você tem acesso a um aplicativo que confere seu documento e confirma sua oficialidade.

Aplicativo para a verificação da Carteira de Estudante

O aplicativo para validação de Carteira de Estudante beneficia tanto alunos quanto bilheterias. Isso se dá pois o app verifica a oficialidade da carteira de estudante, garantindo a meia-entrada. Para tanto, você lerá sua carteira de estudante com o app de celular para verificar sua oficialidade. Dessa forma, o app decodificará o QR-Code na carteira e verificará sua procedência.

dois jovens sentados no chão estudanto

Como valido minha carteira de estudante com o aplicativo?

Com o app, ficou muito mais fácil conferir a autenticidade das carteiras e coibir falsificações, que ainda hoje acontecem. Para conferir a oficialidade de sua carteira de estudante é só habilitar a câmera do seu celular para a leitura de QR-code no app. Dentro do app Meia-Entrada, clique em “Validar Documento” e aponte a câmera para o seu documento. As produtoras de evento também podem utilizar este aplicativo para conferir as carteiras apresentadas nas bilheterias. Solicite sua carteira de estudante e faça parte dos milhares de estudantes que estão economizando e pagando meia!

Sabia que existe um incentivo exclusivo para estudantes em cultura e esporte?Estamos falando da meia-entrada estudantil, que vale nacionalmente e pode ser usada quantas vezes necessárias. Entretanto, para regular o benefício, a Lei 12.933 foi criada. O objetivo dessa lei é regular a meia-entrada e determinar a utilização e produção da carteira de estudante. A lei também determina que as entidades estudantis nacionais criem o padrão visual do documento todo ano. Assim sendo, as responsáveis são: UNE, UBES e ANPG. Além disso, a carteira de estudante conta com detalhes técnicos para garantir sua oficialidade. Para que tudo isso seja seguro, o ITI (Instituto Nacional de Tecnologia da Informação) regula o certificado digital. De acordo com a Lei, a carteira de estudante nacional deve conter um certificado digital. Dessa forma, ele pode ser acessado através do QR-Code presente na carteirinha. Assim, ele se torna um documento seguro e que garante a meia-entrada estudantil.

O que é ICP-Brasil?

São certificadores chamados de Autoridades Certificadoras – AC que compõe uma estrutura que; utilizando um conjunto de técnicas e procedimentos de suporte; consegue assegurar a identidade de um usuário de mídia eletrônica ou assegurar a autenticidade de um documento suportado ou conservado em mídia eletrônica. ICP é a sigla para Infraestrutura de Chaves Públicas e surgiu com a Medida Provisória 2200-2 de 2001. e oficializada pelo Decreto 3996 de 2001, assim como pela Lei 11419 de 2006. Também é conhecida como Sistema Nacional de Certificação digital.

Carteira de Identificação Estudantil

Oficialmente conhecida como Carteira de Identificação Estudantil (CIE), a carteira de estudante deve ser regulamentada conforme consta no Art. 2º da Lei da Meia-Entrada:

Terão direito ao benefício os estudantes regularmente matriculados nos níveis e modalidades de educação e ensino previstos no Título V da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que comprovem sua condição de discente, mediante a apresentação, no momento da aquisição do ingresso e na portaria do local de realização do evento, da Carteira de Identificação Estudantil (CIE), emitida pela Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG), pela União Nacional dos Estudantes (UNE), pela União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), pelas entidades estaduais e municipais filiadas àquelas, pelos Diretórios Centrais dos Estudantes (DCEs) e pelos Centros e Diretórios Acadêmicos, com prazo de validade renovável a cada ano, conforme modelo único nacionalmente padronizado e publicamente disponibilizado pelas entidades nacionais antes referidas e pelo Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI), com certificação digital deste, podendo a carteira de identificação estudantil ter 50% (cinquenta por cento) de características locais.

Jovem estudante utilizando o computador

Quais itens deve ter uma Carteira de Estudante Nacional

De forma que seja aceita em todo o país, ela deve conter o QR-Code, selo das entidades estudantis citadas na lei e outros elementos como:

  • Trama anti scanner;
  • Microletras;

Além disso, toda carteira deve obrigatoriamente ter os seguintes dados do aluno:

  • Foto do aluno;
  • Nome completo;
  • Número de RG e CPF impressos na carteira;
  • Data de nascimento;
  • Nome do curso e da instituição de ensino.

A carteira nacional de estudante também conta com instrumentos adicionais de conferência digital para impedir falsificações:

  • Certificação Digital padrão ICP Brasil;
  • Tramas de Segurança;
  • QR-Code;
  • Código de Uso.

Agora você já sabe tudo sobre a carteira de estudante nacional. Não perca mais dinheiro, solicite a sua!

movimentos sociais, que também protestavam contra a Reforma da Previdência.

Era início de uma tarde fria de garoa quando os primeiros manifestantes começaram a se concentrar no vão livre do Masp, em São Paulo. O mau tempo não impediu que dezenas de milhares de pessoas fechassem os dois sentidos da Avenida Paulista e caminhassem até a Praça da República. No carro de som, o estudante de Economia da USP Iago Montalvão, recém-eleito presidente da UNE, homenageou Fernando Santa Cruz, desaparecido político vítima da ditadura. “Oferecemos a luta de hoje em homenagem ao herói Fernando Santa Cruz”, reverenciou.

Iago também fez duras críticas ao Programa Future-se, lançado pelo Ministério da Educação, que pretende abrir as portas para a gestão privada das universidades federais. “Estamos nos mobilizando porque não vamos aceitar a privatização da universidade pública. O Future-se não vai passar. Não há futuro com Bolsonaro”, declarou.

As entidades estudantis ANPG, UNE e UBES, em conjunto com entidades sindicais e movimentos sociais, decidiram convocar uma nova jornada nacional de atos no próximo dia 7 de setembro, marcando a data da Independência do Brasil com a defesa da educação, da ciência, da soberania nacional e dos direitos sociais.

Leia o Manifesto: 7 de Setembro, nas ruas pela educação, democracia e soberania nacional

Para quem tem pressa para ingressar no mercado de trabalho com diploma de Ensino Superior, fazer um curso tecnólogo podem ser uma excelente opção. Além da vantagem da duração que vão de dois a três anos, os cursos tecnológicos exigem um investimento financeiro menor que cursos de bacharelado e licenciatura. 

O diploma é reconhecido pelo Ministério da Educação (MEC) da mesma forma que cursos de bacharelado e licenciatura. Tem validade nacional e quem se formou pode ingressar em uma pós-graduação stricto sensu e lato sensu e, dependendo do edital, prestar concurso público. Além disso, a grade curricular desses cursos geralmente é direcionada às demandas práticas da profissão. Esses e outros diferenciais vêm atraindo muitos estudantes buscando iniciar uma carreira. “A cada ano, a graduação tecnológica ganha mais espaço no universo acadêmico”, afirma Ricardo Luz, coordenador dos cursos de Gestão de Recursos Humanos e MBA em RH da UniCarioca.

A Revista QB em parceria com o site Quero Bolsa (plataforma de bolsas de estudo) fez um levantamento de 41 cursos superiores com até três anos de duração. Para saber mais sobre cada curso, é só clicar sobre o nome dele que abrirá uma janela com informações mais específicas. No final da lista você terá uma dica de como conseguir uma bolsa de estudos.

41 cursos superiores com até 3 anos de duração

Você quer fazer um desses cursos com bolsa de estudos?

É possível conseguir um curso com bolsa de estudos para fazer uma faculdade pagando até 75% menos que o valor integral. Isso é possível por meio do Quero Bolsa, uma empresa privada que, em parceria com instituições de ensino, disponibiliza bolsas de estudos em seu site.

Conseguir uma vaga é bem simples, tanto que quem não está acostumado com as novidades digitais pode até desacreditar e acabar perdendo uma oportunidade de fazer faculdade pagando bem menos.

Primeiro você entre no site www.querobolsa.com.br, digita a cidade na qual você quer estudar e o curso que você quer fazer e até quanto você pode pagar.

Com essas informações, o site organizará uma lista com as faculdades da sua região que oferecem bolsas de estudos, deixando a mensalidade de um tamanho que cabe no seu bolso. Se você gostar de uma bolsa, é só clicar em “Detalhes desta Bolsa” para saber mais sobre a instituição de ensino e iniciar o processo de pré-matrícula.

Esperamos ter ajudado você! Boa sorte nos estudos. 🙂 

 

SAVE THE DATE!

Em São Paulo teremos três atividades na Avenida Paulista, no dia 07/07:

1) Feira de Ciências do Dia Nacional da Ciência (10h/17h)(inscreva seu projeto de divulgação científica)
2) Varal de Banners de Congresso (14h/17h) (inscreva o trabalho que você apresentou em algum congresso)
3) Caminhada contra o obscurantismo (16h) (traga seus cartazes contra os cortes na Ciência, Tecnologia e Educação)

Em breve colocaremos horários e locais das Marchas por todo o país!

PARTICIPE!

No próximo dia 07 de julho, domingo, os cientistas, pesquisadores, professores e estudantes irão para a Av. Paulista mostrar para a população o trabalho realizado pelos pesquisadores do nosso Estado.

1. Feira de Ciências

07/07 – 10h às 17h – Av. Paulista, altura do número 393

Você tem um experimento? Um projeto de divulgação científica? Pode explicar a sua pesquisa para o grande público? Desenrola e traz seu trabalho e o seu grupo de pesquisa para a Av. Paulista! Teremos barracas para quem se inscrever pelo link
https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSdgMmT8nnob2pLv4oW4Fan58Nm15eZ_O23V7rDle6vYAdxorg/viewform

2. Varal de Banners

07/07 – 14h às 17h – Av. Paulista, altura do número 393

Você tem um banner de Congresso aí jogado? Seu grupo coloca os banners em exposição? Vem falar sobre a sua pesquisa para o público da Av. Paulista! Inscreva seu banner aí no link
https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSdRf3C-qlPEz6GlOVwNX9v5UYT9se-ykn_OvcPhtBhnC1ZxvA/viewform

3. Marcha pela Ciência

07/07 – CONCENTRAÇÃO às 16h na frente do MASP

A produção de conhecimento e a formação de profissionais qualificados é fundamental para sairmos da crise. Ainda assim, o governo federal congelou o repasse para as universidades, bolsas de pós graduação e projetos de pesquisa. Depois das grandiosas manifestações contra os cortes, em um acordo na Comissão de Orçamento, a oposição no Congresso Nacional conseguiu garantir R$ 1,3 bi para o Ministério da Educação, sendo 330 milhões destinados especificamente para bolsas de pesquisa. Mas, continuamos com 42% dos recursos do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações contingenciados, assim como a maior parte do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico.
No Estado de São Paulo, a queda na arrecadação reduziu o recurso disponível para a FAPESP, para as Universidades Estaduais e Institutos de Pesquisa.
O governo estadual, ao invés de ampliar o investimento em pesquisa, enviou e conseguiu aprovar na Assembleia Legislativa o Projeto de Lei de concessão do Jardim Botânico – área fundamental para a pesquisa desenvolvida pelo Instituto de Botânica. Além disso, pretende unificar os institutos de Pesca e o da Aquicultura e transferir o Hospital Vital Brasil, referência internacional no atendimento a pacientes picados por animais peçonhentos, do Instituto Butantã para o Hospital Emílio Ribas.
Defender as instituições de pesquisa é defender o desenvolvimento do Estado de São Paulo.

https://www.facebook.com/events/402781770274332/

ORGANIZAÇÃO
Cientistas Engajados
Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência – SBPC
Academia de Ciências do Estado de São Paulo – ACIESP
Associação Nacional de Pós Graduandos – ANPG
Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo – APQC
Instituto Questão de Ciência – IQc
Associação dos Docentes da Universidade de São Paulo – ADUSP
Associação dos Docentes da Unicamp – ADunicamp
Associação dos Docentes da UNESP – ADUNESP

O Brasil vive sob a insígnia do autoritarismo, que afronta os preceitos republicanos. A gestão de Bolsonaro, em sua curta trajetória, tem demonstrado completo desprezo às instituições democráticas e às leis brasileiras, notadamente aquelas expressas na Constituição de 1988 e que garantem o funcionamento e a legitimidade social às universidades públicas.
Não nos causa surpresa, mas sim profunda indignação, a tentativa de censura que o governo procura impor às universidades federais, através da chantagem orçamentária que tem implementado.
As Universidades Federais, que já têm um histórico recente de contingenciamentos, foram submetidas a mais um corte de 20% nas verbas de custeio. Em 3 universidades, UNB, UFF e UFBA, esses cortes chegaram a 30%. A justificativa do MEC para o corte adicional seria a “ausência de desempenho esperado” e promoção de “balburdia” nos campus, conforme dito pelo Ministro Abraham Weintraub.
Segundo dados da Times Higher Education (THE), ranking internacional das universidades, entre as universidades da América Latina, a UnB passou da 19ª posição, em 2017, para 16ª, em 2018. A UFBA passou da 71ª para 30ª posição. A UFF manteve o mesmo lugar, em 45º. Essas universidades, como todas as federais, são responsáveis por grande parte da produção científica nacional, originada na pós-graduação, e se encontram profundamente vinculadas às demandas sociais das comunidades as quais estão inseridas.
Mas se o desempenho acadêmico se demonstra um falso argumento, o que está por trás dessa medida? O que o ministro chama de “balbúrdia”?
O pano de fundo é a tentativa de silenciamento das vozes plurais e da diversidade que se manifesta na universidade pública. O que se procura inibir é a liberdade de pensamento, de cátedra e de expressão, tão necessárias à construção do conhecimento científico.
A Constituição Brasileira também assegura à universidade a autonomia universitária no seu artigo 207. É ela que assegura à universidade a possibilidade abrigar no seu seio não apenas a multiplicidade de conhecimentos que vão das ciências exatas, biológicas e humanas, mas também atividades de profundo interesse público como debates políticos, sobre temas candentes na sociedade, sobre políticas públicas e o confronto de contraditórios. É à massa crítica inerente ao ambiente universitário, assegurada constitucionalmente, que o governo Bolsonaro se opõe.
Desta maneira, consideramos inconstitucionais as motivações que levam o ministro a tamanha retaliação das universidades públicas, além de antirrepublicano utilizar de chantagem ao colocar suas motivações políticas individuais como a régua que mede o valor orçamentário destinado a essas instituições e não a necessidade de custeio de suas atividades e produtividade.

Para defender as universidades brasileiras desses ataques, convocamos todos os pós-graduandos e pós-graduandas brasileiras a se somarem ao Dia Nacional de Paralisação em Defesa da Educação e das Universidades Públicas, no próximo dia 15 de maio, junto a outras entidades científicas e educacionais.

Associação Nacional de Pós-Graduandos, 30 de abril de 2019

Na imagem acima: Flávia Calé, Presidenta da ANPG em ato de 8 de Março. Foto: Karla Boughoff

A Associação Nacional de Pós-Graduandos repudia as intenções do presidente Jair Bolsonaro e seu Ministro da Educação, Abraham Weintraub, em “descentralizar investimentos em faculdades de filosofia e sociologia (humanas)” com a justificativa que essas áreas não dão retorno imediato e melhorias para a sociedade.
Esse posicionamento além de parecer uma tentativa de reviver os anos de banimento dessas ciências do arcabouço educacional brasileiro durante a ditadura militar, demonstra a não compreensão do governo federal sobre a realidade do país e seus desafios assim como desconhecimento sobre os impactos das ciências humanas e suas tecnologias na vida cotidiana da população.
As ciências humanas têm atuado e são responsáveis diretamente pela indução das transformações sociais e econômicas no Brasil ao longo do século passado e do início deste. Não é possível pensar um projeto nacional, com desenvolvimento industrial, tecnológico, geração de emprego e qualidade de políticas pública em qualquer área, sem o arcabouço científico das humanidades. Nada disso é possível, sem conhecimento profundo das origens da nossa formação econômico-social, através da História, dos desafios brasileiros de superação do subdesenvolvimento, da miséria, do analfabetismo, da desnutrição infantil, da carências do envelhecimento num país como o nosso, sem o auxílio das ciências sociais, econômicas, dentre outras.
Muito além disso, é fundamental resgatar que a origem das reflexões sobre relação entre o homem e a natureza, que se traduziram em fórmulas matemáticas e físicas, são antes de tudo, questionamentos filosóficos, sendo a Filosofia a grande estrutura basilar de todas as ciências.
Sendo assim, como seria possível pensar em avanços na medicina sem conhecermos a sociedade em que se manifestam os processos de saúde-doença, tais como no surto do Zika Vírus em 2012? Como enfrentar os desafios da urbanização do país com a engenharia e arquitetura sem conhecer os processos que levaram a formação das cidades brasileiras que estão submersas com problemas de mobilidade, moradia e “desastres naturais”? Como elaborar um projeto nacional de retomada do desenvolvimento brasileiro, com geração de emprego e renda, sem conhecimentos da história de nossas instituições e da industrialização?

Os investimentos na Ciências devem ocorrer de forma equilibrada em todas as suas áreas, já que se trata de conhecimentos complementares, e apenas juntos, são capazes de responder aos desafios brasileiros de superação da recessão econômica, do desemprego, da volta do Brasil ao mapa mundial da fome, do controle de epidemias, da fuga de cérebros e aprofundamento das desigualdades sociais.
O discurso de Bolsonaro e sua equipe da educação é mais uma demonstração do completo despreparo para lidar com toda complexidade de se governar um país com o tamanho e a dimensão do nosso. Mais do que isso, é um projeto que visa colocar o Brasil novamente numa condição subalterna no mundo. Evidencia não apenas sua inépcia em reverter o sucateamento da ciência e da educação, como coloca suas obsessões particulares do “fantasma doutrinador da esquerda” acima dos interesses nacionais.

Neste sentido, a ANPG, entidade representativa dos pós-graduandos no Brasil, se contrapõe com veemência a qualquer medida que vise o desestímulo e a perseguição às Ciências Humanas, e a retomada da Censura no país.

 

São Paulo, 30 de Abril de 2019
Associação Nacional de Pós-graduandos

No sábado, a programação do II Encontro de Jovens Cientistas Negros e Negras da ANPG teve um de seus debates mais prestigiados, tratando sobre “O epistemicídio do pensamento negro”. Participaram da mesa, que foi mediada por Flávio Franco, secretário-geral da ANPG, o professor da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), Gabriel Nascimento; a mestranda da UFMG Dandara Tonantzin e Gabriel Gaspar, jornalista que fez mestrado sobre a história de Zumbi dos Palmares.

Flávio Franco, secretário-geral da ANPG , II Encontro de Jovens Cientistas Negros e Negras, O epistemicídio do pensamento negro

“Epistemicídio” é um conceito, elaborado pelo professor português Boaventura de Souza Santos, que trata da destruição de formas de conhecimento e culturas que não são assimiladas pela cultura do Ocidente branco.

Gabriel Nascimento – Professor, II Encontro de Jovens Cientistas Negros e Negras, O epistemicídio do pensamento negro

O professor Gabriel Nascimento apresentou uma crítica ao pensamento humanista, que hoje vive uma crise com a ascensão de governantes autoritários. Para ele, tal conceito separou a Humanidade: “o humanismo do Ocidente criou uns como humanos e outros como animais”.

Mas, ao falar da atual conjuntura, Gabriel disse que o momento atual exige a defesa até mesmo desse conceito, pois o fascismo volta a emergir. “A era do humanismo está acabando e quem acabou com ele não foi o negro. Quem acabou com o humanismo foram os fascistas neoliberais brancos, Donald Trump nos EUA, Jair Bolsonaro no Brasil, os partidos de extrema direita na Europa. Então, o humanismo está sendo terminado pelas mesmas mãos brancas que secularmente criaram os modelos de escravização e colonialismo no mundo inteiro”.

Gabriel Gaspar – Jornalista, II Encontro de Jovens Cientistas Negros e Negras, O epistemicídio do pensamento negro

O jornalista Gabriel Gaspar questionou se o heroísmo mítico criado entorno da figura de Zumbi não é uma forma de epistemicídio, já que este foi transformado em uma “espécie de Che Guevara negro”.

Para tanto, lembrou que o autor gaúcho Décio Freitas narra uma suposta infância cristã de Zumbi, que teria sido criado por um padre, representação da cultura do opressor, e depois retornaria para liderar os oprimidos. “Ao inserir Zumbi nesse padrão ocidental branco, não seria um marco de epistemicídio? Ainda que o objetivo dela seja criar um herói negro universal, que luta até as últimas consequências pela liberdade, isso continua sendo um epistemicídio?”, indagou.

Gaspar também problematizou se os marcos teóricos desenvolvidos na academia atualmente conseguem superar os conceitos liberais. “Será que os conceitos que temos desenvolvido academicamente estão à altura dos desafios contemporâneos? Lugar de fala, empoderamento, apropriação cultural, acho que esses conceitos não tem a consistência teórica necessária para ultrapassar a logica liberal da representatividade. Dependem de um limite teórico que é a propriedade privada”, analisou.

Dandara Tonantzin, II Encontro de Jovens Cientistas Negros e Negras, O epistemicídio do pensamento negro

Dandara Tonantzin abordou a experiência histórica dos negros na academia, que, a seu ver, tem os componentes da estigmatização e da exclusão, mas também da resistência e da superação. “É importante a gente entender o racismo institucional, as formas pelas quais opera para legitimar esse discurso que nos retira desse lugar de protagonismo”.

Para ela, há um ponto de contato entre o epistemicídio negro nas universidades e o desmonte de políticas públicas democratizantes do acesso e da permanência, pois existe uma forma não oficial, mas efetiva, de afastar os negros da academia em razão de um suposto perfil de “estudante ideal” associada a obstáculos econômicos que dificultam a popularização das universidades. “Pensar o epistemicídio é pensar para além da morte simbólica das nossas produções, mas pensar naquilo que está nos matando cotidianamente a ponto de nos fazer evadir da universidade, que não estamos conseguindo concluir nossos cursos porque estão, por exemplo, esvaziando o PNAES, o Plano Nacional de Assistência Estudantil, cortando bolsas”, avaliou.

Dando sequência aos encontros com representantes da comunidade científica e autoridades de governo para apresentar as demandas da pós-graduação, a ANPG participou da 183ª reunião do Conselho Deliberativo do CNPq, no último dia 20 de março. Na ocasião, estiveram presentes os presidentes da Capes, Anderson Ribeiro Correia, e da Finep, Waldemar Barroso, além de Júlio Semeghini e Marcelo Morales, dirigentes do Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações.

Vinicius Soares, diretor de Comunicação da ANPG, apresentou as duas propostas prioritárias da atual gestão, a Campanha Nacional pelo Reajuste das Bolsas e a destinação de parte dos recursos do fundo social do pré-sal para a ciência e tecnologia.

O representante dos pós-graduandos alertou para os impactos negativos para o desenvolvimento brasileiro acarretados pela falta de recursos e de prioridade estratégica para a ciência e tecnologia. “O que está acontecendo no Brasil é um enorme desperdício de talentos, uma fuga de mão de obra altamente especializada para desenvolver outras nações porque não damos condições para o pesquisador prosseguir na carreira”, ponderou.

A defasagem nas bolsas de estudo, sem reajuste desde 2013, é tamanha que se tornou praticamente impossível para o estudante sobreviver mantendo dedicação integral à pesquisa. “Em 2013, a palavra de ordem das manifestações de junho era “mãos para o alto, R$3.20 é um assalto”. Pois bem, de lá pra cá a passagem de ônibus em São Paulo, estopim do movimento, chegou a R$4.30. Só a bolsa do pós-graduando continua o mesmo valor”, comparou Vinicius. A campanha nacional pelo reajuste ganhará novo impulso no próximo dia 28, com a jornada nacional de lutas dos estudantes, que tem essa questão como uma de suas principais pautas.

As agências de fomento e o MCTIC têm demonstrado sensibilidade para a urgência do reajuste das bolsas, tanto que, em palestra realizada na Fiocruz no dia 13/3, o presidente da Capes elencou a ampliação do financiamento como uma das prioridades de sua gestão. “Minha primeira ideia para a Capes é aumentar o orçamento, porque sem isso, as ideias serão só ideias”, afirmou, em relação às restrições financeiras que, entre outras coisas, impactam o reajuste das bolsas de estudo.

Sem projeto de desenvolvimento, explode desemprego entre mestres e doutores

E ainda que consiga passar o rubicão e conclua seu projeto de pesquisa, a persistir a realidade atual, nada indica que as portas do mercado estarão abertas para o novo profissional. Por isso, a ANPG tem defendido uma política permanente de valorização da ciência e tecnologia e dos pesquisadores, através da destinação de parte dos recursos do fundo social do pré-sal para a área. Atualmente, existe um projeto de lei sobre o assunto tramitando no Senado Federal.
Segundo pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o processo de desindustrialização do país fez com que a indústria de transformação regredisse a menor participação no PIB desde 1947, sendo responsável por apenas 11,3% do total. O impacto dessa baixa na absorção de mão-de-obra qualificada é brutal e ajuda a compor um cenário de desemprego avassalador entre mestres e doutores.

“É um escândalo que 25% de mestres e doutores no país estejam desempregados. É como se o Brasil investisse para formar o profissional qualificado e dissesse: “olha, agora que você está pronto, vá gerar riqueza para outro país”. É como renunciar a um futuro melhor. Daí que é tão fundamental investir parte dos recursos do pré-sal nessa área vital para o desenvolvimento nacional”, conclui Vinicius Soares.

Da Redação