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Jornalista ANPG

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Na manhã deste sábado (13), o Congresso da ANPG recebeu a ministra de Ciência e Tecnologia, Luciana Santos, que apresentou uma prestação de contas das ações da pasta e apontou perspectivas de novas realizações. Participaram da recepção o presidente da ANPG, Vinícius Soares, e a reitora da Universidade Federal de Minas Gerais, professora Sandra Goulart.

Em sua apresentação, Vinícius alertou que, mesmo com os esforços da atual gestão, as defasagens orçamentárias acumuladas desde 2016, agravadas no governo Bolsonaro, criaram um cenário de riscos potenciais para a ciência nacional. “Há uma crise de quadros técnicos, causada por um eclipse de direitos sociais e desvalorização por estarmos na condição híbrida. Nos últimos anos, tivemos evasão de 30 mil pós-graduandos e deixamos de titular 9 mil doutores”, disse.

Segundo o presidente da ANPG, hoje a pós-graduação é muito mais diversa do que no passado e isso exige novas políticas públicas. “Os filhos do pedreiro e da empregada doméstica estão virando doutores. O Brasil precisa investir 2,5% do PIB em C&T para dar sustentabilidade ao parque de ciência e tecnologia e garantir o desenvolvimento e a soberania nacional”.

A reitora Sandra Goulart exaltou a volta do diálogo democrático entre gestores das universidades e o governo federal, algo interrompido no governo anterior, e fez ecoou o presidente Lula para dizer que recursos destinados para educação devem ser vistos como investimentos. “Termos pessoas que nos escutem e lutem para melhorar, já é um alento. As universidades estão maiores e melhores em relação a 15 anos. Isso custa caro, mas, como diz o presidente, é investimento. Nossa luta é a luta de vocês, por um país mais justo, equânime”, afirmou.

Luciana Santos, primeira mulher a dirigir o Ministério de Ciência e Tecnologia, fez um balanço das realizações de um ano e meio de governo Lula e reafirmou compromissos caros aos pós-graduandos. “O Brasil voltou, voltou pela reconstrução de políticas públicas. A volta do impulso à vacinação, o Minha Casa, Minha Vida – que tinha sido retirado para as famílias mais pobres -, o Farmácia Popular, retiramos 24 milhões de pessoas do mapa da fome só no ano passado”, elencou, entre diversos outros feitos.

Luciana fez duras críticas à condução do Banco Central na política monetária, que manteve a taxa Selic em 10,5% na última reunião do Copom mesmo com a inflação sob controle. “Não já justificativa para o Banco Central manter as mais altas taxas de juros do planeta. Se temos a inflação sob controle, a melhor taxa de empregos dos últimos anos, o conjunto dos indicadores econômicos são bons. É por isso que temos que dizer em alto e bom som: não às absurdas taxas de juros!”, disse a ministra, sendo aplaudida pelo público.

Por fim, Luciana Santos lembrou o reajuste das bolsas de estudos realizado em fevereiro de 2023, apontou medidas para fixar jovens talentos e se comprometeu a apoiar reivindicações apresentadas pela ANPG ao governo. “Nosso compromisso com os pós-graduandos não se encerra com o reajuste das bolsas. Queremos que o Brasil seja acolhedor para pesquisadores. Vamos combater a fuga de cérebros, precisamos garantir uma política de reajuste permanente das bolsas. Precisamos garantir que o tempo dedicado seja contado para fins de previdência. Vocês podem contar comigo, serei porta voz permanente de apoio a essas reivindicações”, finalizou.

Filhos de pós-graduandos apresentam reivindicações à ministra

Durante a conferência de Luciana Santos, quatro crianças filhas de pós-graduandas subiram ao palco para ler uma carta em que reivindicaram poder acompanhar os pais em viagens. “Nós, crianças, falamos por nós mesmas, por todos do Brasil. Nossas famílias são formadas por pesquisadores e pós-graduandos. Nós, crianças, não podemos viajar com nossos pais, porque o fomento não é liberado para nós. Nossas vidas são diferentes, nós sabemos e temos alguns problemas, como não poder viajar com nossos pais quando fazem o sanduíche [bolsa sanduíche]. Nossos pais, quando não recebem bolsa, estudam e trabalham, ficam muito acarretados [atarefados] de coisas e ainda precisam cuidar de nós. Por favor, não esqueçam de nós”, apresentaram.

Na manhã de sábado, 13 de julho, no auditório da UFMG, durante a participação da ministra Luciana Santos no 29º Congresso da ANPG, a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) lançou o livro “FINEP e a neoindustrialização – Uma contribuição à 5ª CNCTI”.

Participaram do ato o diretor de Desenvolvimento Científico e Tecnológico da empresa, Carlos Aragão, e Fernando Peregrino, que organizou a obra junto com Celso Pansera, presidente da FINEP.

O livro sistematiza as contribuições de representantes do governo, dos trabalhadores, da comunidade empresarial e técnico-científica no debate sobre a reindustrialização do país, assim como as propostas a serem levadas à 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, que será realizada em Brasília.

Na noite desta sexta-feira, de 12 de julho, no auditório central da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), foi realizado o ato de abertura do 29º Congresso da Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG).

A mesa foi composta por Vinícius Soares, presidente da ANPG; Ana Priscila, vice; Leonardo Alves, secretário-geral; a reitora da UFMG, professora Sandra Goulart; Thaís Oliveira, coordenadora-geral da APG da UFMG; Selma Bazan, vice-regional sudeste da ANPG; e Nilson Florentino,

Na saudação inicial, Vinícius lembrou a conjuntura adversa que vivia o país quando a gestão assumiu, ainda sob governo Bolsonaro e com o desmonte da educação e da ciência, e apontou o papel fundamental dos estudantes na vitória de Lula e na reconstrução do país. “Essa gestão foi eleita numa encruzilhada histórica. Não sabíamos se teríamos que resistir ao Brasil da barbárie ou se teríamos o Brasil da redemocratização. Chegar até aqui não foi fácil, pois enfrentamos uma noite longa de quase 6 anos, em que foram atacados os pilares da democracia e da República. Mas, com muita luta, os pós-graduandos tiveram atuação decisiva para derrotar o negacionismo nas urnas”, afirmou, recordando que o movimento estudantil foi responsável por alistar 2 milhões de jovens para votar, a mesma diferença que garantiu a vitória de Lula.

Vinícius também elencou as diversas conquistas da ANPG no último período, como o reajuste de bolsas, a nova lei de cotas e plano nacional de assistência estudantil, ambos com a inclusão da pós-graduação.

A reitora Sandra Goulart saudou as delegações ao 29º Congresso e falou da esperança vivida atualmente nas universidades, após tantos ataques sofridos nos últimos anos. “É um momento de grande esperança, momento de esperançar por dias melhores, de lutar para um país que nós queremos melhor. Temos que estar juntos na defesa da educação que queremos, que seja um bem público, de qualidade, e um dever do Estado”, disse.

Ana Priscila lembrou que o negacionismo científico foi responsável por milhares de mortes na pandemia e o contraponto a ele é a ciência, capaz de produzir saídas para os dilemas dos povos. “Quando falamos da importância dos pesquisadores, estamos falando do Brasil que queremos construir. Quando assumimos, estávamos há mais de 10 anos sem reajuste nas bolsas e, graças a muita mobilização, conseguimos avançar”, apresentou, destacando as diferenças entre os projetos políticos.

O secretário-geral Leonardo Alves celebrou as recentes vitórias eleitorais da esquerda contra a extrema-direita na França e na Inglaterra e disse que a ANPG deve ser afirmativa na luta por direitos e contra o neoliberalismo. “Nós devemos dizer o que defendemos com todas as palavras, porque nós queremos uma vida digna. A ANPG é uma entidade para lutar pelos direitos dos pós-graduandos e não há condições de criar um projeto de ciência e tecnologia, saúde, educação enquanto houver o arrocho fiscal. A ANPG deve dizer em alto e bom som que quer o fim do arrocho fiscal!”.

Nilson Florentino, da Secretaria Nacional de Juventude, falou do compromisso e da parceria que o órgão mantém com a ANPG, através do diálogo democrático com as pautas apresentadas. “Esse evento é muito importante para a formulação das políticas públicas de juventude. A SNJ recebeu a ANPG logo no início do governo e conseguiu avançar junto aos órgãos competentes para debater o reajuste e as demais pautas da ANPG, que agora tem sido entregues pelo governo”.

Selma Bazan, vice regional sudeste, comemorou que sua universidade, a UFMG, sedia “o maior Congresso da ANPG da história”. “Isso é fruto do movimento feito nas universidades, da luta de cada APG”, disse.

Última oradora, Thaís Oliveira, coordenadora da APG UFMG, registrou a importância do Congresso para que os estudantes possam trocar experiências e debater temas importantes para a pós-graduação de um país continental, múltiplo e diverso como o Brasil. “Estamos século XXI, mas o Brasil apresenta desigualdades persistentes e que vão contra a sociedade que queremos. A pós-graduação de hoje é muito mais diversa do que anos atrás. O lugar das mulheres pretas, das pessoas LGBTQI, das pessoas com deficiência é na pós, sim! Nós chegamos aqui e não vamos retroceder”, finalizou.

No final da manhã desta sexta-feira (12), no auditório da UFMG, ocorreu a mesa de encerramento do 4º Encontro de Mulheres Estudantes da ANPG. Participaram do debate “As tarefas do cuidado e da reprodução da vida na jornada das pós-graduandas” a ex-deputada federal Jô Moraes, a doutoranda em História e ex-vice presidenta da ANPG, Stella Gontijo, e a doula e jornalista Renata Regina.

Jô Moraes abordou as grandes e rápidas mudanças na sociedade atual, que refletem em agravamento das desigualdades sociais e impactam profundamente a vida cotidiana das mulheres. A ex-parlamentar destacou que hoje, mais do que nunca, é necessário buscar saídas coletivas para os dilemas que afligem a todos, especialmente as mulheres. “As pessoas não dependem somente de seu esforço pessoal. A convivência solidária assumiu nova dimensão na vida. A disputa que temos contra a ideologia hegemônica do neoliberalismo é que toda conquista depende do seu esforço pessoal e nós temos que combater essa visão, porque vivemos numa sociedade em que se não houver convivência solidária e políticas públicas do Estado, não teremos melhorias”, apontou

Para Renata Regina, a falta de políticas públicas estruturantes e a cultura meritocrática existente na academia é um dos maiores entraves para que as pesquisadoras tenham evolução na carreira após a maternidade. “Existem pesquisas que demonstram que as mulheres, após terem filhos, produzem menos artigos científicos e têm dificuldades para dar seguimento às pesquisas já em andamento. Elas não encontram suporte, seja pelo período ainda limitado de licença-maternidade, seja pelas cobranças desmedidas. Isso é determinante na carreira acadêmica dessas mulheres ao terem reduzidas suas publicações, porque a meritocracia é muito pulsante no meio acadêmico”, avaliou.

A ex-dirigente da ANPG Stella Gontijo demonstrou que as tarefas dos cuidados e da reprodução são preponderantes para o lugar ocupado pelas mulheres na produção de conhecimento, como se determinadas áreas do saber fossem as “reservadas” a elas. “Nós hoje somos 70% nas grandes áreas da Capes, da Saúde, Linguística, Letras, Artes e Ciências Humanas. Mas somos menos de 30% nas Exatas e nas Engenharias. Isso não é só questão de gosto pessoal, é uma forma como a divisão sexual do trabalho e a nossa responsabilização histórica e estrutural pelos cuidados vai se manifestar, como o lugar que a gente ocupa na produção de conhecimento e na academia”, caracterizou.

Ao final, foi apresentada uma carta produzida no Encontro com 16 pontos de reivindicação para basear as campanhas da ANPG por igualdade de gênero na pós-graduação.

O desenvolvimento científico de um país é uma obra feita a milhares de mãos, pois a ciência é uma construção social. Para que isso seja realizado com êxito é fundamental valorizar os cientistas, dar visibilidade a suas elaborações e pesquisas, fazendo com que mais pessoas se interessem pelo tema.

Com esse intuito, a ANPG firmou parceria com o Instituto Serrapilheira para a realização do 6º Salão Nacional de Divulgação Científica, evento que ocorre entre os dias 11 e 14 de julho, na Universidade Federal de Minas Gerais, durante os trabalhos do 29º Congresso Nacional da entidade.

A iniciativa integra estudantes do ensino médio, universitários, pós-graduandos e professores para produzir e debater a produção de conhecimento no país. O Instituto Serrapilheira, entidade privada, sem fins lucrativos, e voltada à promoção da ciência, somou-se ao desafio para ajudar a divulgar os trabalhos científicos de dezenas de pesquisadores.

“Um país tão grande e diverso como o Brasil precisa ter milhões de pessoas produzindo ciência, dialogando com os problemas e potenciais de suas localidades, buscando soluções que beneficiem o povo. Para isso, é necessário divulgar e popularizar a ciência. A ANPG e o Serrapilheira contribuem para isso com o 6º Salão Nacional”, afirmou Rarikan Heven, diretor de Comunicação da ANPG.

Os países mais desenvolvidos e prósperos do mundo são aqueles que mais investem em ciência, tecnologia e inovação, buscando dinamizar os processos produtivos, ampliar a competitividade das indústrias e, consequentemente, proporcionando melhores empregos e condições de vida a seus povos.

O Brasil, desde 1967, conta com a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), uma empresa pública voltada ao fomento de projetos inovadores em ciência e tecnologia realizados por universidades, institutos tecnológicos e também empresas privadas.

Ligada ao Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação, a FINEP atua como secretária-executiva do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), uma das principais fontes de financiamento ao setor no país.

A Finep é uma das patrocinadoras do 29º Congresso da Associação Nacional de Pós-Graduandos, a entidade representativa de mestrandos e doutorandos stricto sensu e lato sensu no Brasil, já que cerca de 90% da produção científica do país acontece pelas mãos dos pós-graduandos, através do desenvolvimento de suas pesquisas.

Para Vinícius Soares, presidente da ANPG, o Congresso da ANPG é um momento singular de aproximação entre o órgão governamental que tem como missão a busca de desenvolvimento sustentável com a mão de obra especializada que constrói a ciência nas universidades. “Para nós, pós-graduandos, é fundamental ter a perspectiva de que nossa produção científica, tão importante para o desenvolvimento do país, terá amparo do Estado para continuar avançando. A reconstrução do Brasil será viabilizada através da ciência e a FINEP cumpre papel destacado nesse projeto”, afirmou.

Na manhã desta quinta-feira (11), na Universidade Federal de Minas Gerais, em Belo Horizonte (MG), teve início a programação do 29º Congresso Nacional da ANPG com a realização do 4º EME “Mulheres cientistas produzindo saberes por um Brasil soberano”.

A abertura da mesa foi feita por Amanda Mendes, diretora de Mulheres da ANPG, e teve participações de Ana Priscila, vice-presidenta da entidade; da professora Isabela Almeida Pordeus, pró-reitora de pós-graduação da UFMG; Thaís Oliveira, coordenadora-geral da APG-UFMG; Carolina Giovannetti, coordenadora-geral da APG-UFMG; Bárbara Ravenna, presidenta da União Brasileira de Mulheres-MG; Karina Morais, coordenadora estadual da Marcha Mundial das Mulheres; e professora Lucinha, da Faculdade de Educação da UFMG.

A pesquisadora Carol Giovannetti falou sobre as dificuldades impostas às mulheres para ascensão na vida acadêmica e exemplificou com a brusca redução da presença feminina nas carreiras da educação básica e do ensino superior. “As mulheres são 80% na educação básica, chegam a mais de 90% no ensino infantil, 97% nas creches, mas no ensino superior isso cai para 47%. Isso demonstra o desprestígio e a luta que as mulheres têm para subir na carreira acadêmica”, afirmou.

Para ela, tal fenômeno evidencia a construção social que localiza a mulher como responsável exclusiva pelos cuidados. “Esse quadro reforça a característica de ligar o trabalho das mulheres aos cuidados, como se vê no caso das creches”.

Segundo Karina Morais, é necessário discutir e modificar o sistema de produção, pois a divisão do trabalho é excludente e não reconhece o trabalho dos cuidados, que é visto como obrigação apenas das mulheres. “É preciso conseguir avançar em políticas públicas que respondam à diversidade das necessidades e especificidades das mulheres. O trabalho reprodutivo e de cuidados não compõe a lógica do modelo econômico atual. Por isso, defendemos que esse trabalho, que diz respeito à sustentabilidade da vida, seja partilhado por todos”, pontuou a dirigente da Marcha Mundial de Mulheres

Para Barbara Ravena, conselheira municipal de Betim e presidenta da UBM-MG, a sociedade reduz as mães a um lugar único e não as reconhece em outros espaços, inclusive na academia e na produção científica, realidade que precisa ser alterada. “A atual geração de meninas está arrombando as portas, porque estão produzindo ciência desde a escola. A divisão sexual do trabalho nos coloca numa caixinha. A violência de gênero com as mulheres mães é maior. Parece que quando você decide ser mãe, não é possível estar em nenhum espaço além de ser mãe”.

Em depoimento pessoal emocionante, a professora Lucinha lembrou as dificuldades de sua infância pobre em Colatina (ES), quando mesmos as escolas públicas não eram acessíveis para as crianças negras do local. “Nós não tínhamos escola. As escolas eram só para os estudantes brancos, filhos das famílias italianas. Com 7 anos eu só estava na escola porque uma comunidade espírita abriu uma salinha lá no morro para nós sermos alfabetizados”, contou, ilustrando o quão improvável era para uma mulher pobre e negra chegar à condição de professora universitária.

“Eu trabalhei 10 anos de empregada doméstica e babá, dos 8 aos 18 anos. A gente não tinha condição nenhuma de sair de lá. Então, quando cheguei na UFMG, por razões inimagináveis, improváveis, no concurso um professor perguntou: como pode alguém de Colatina chegar até aqui? Eu disse a ele: eu fui conduzida por muitas forças, muitas energias, que começaram lá com minha mãe e minha avó lavadeiras”, concluiu.

Concluindo a mesa de abertura do 4º EME, Amanda Mendes relatou que ANPG está participando de um grupo de trabalho, que envolve o governo federal e a sociedade civil, para debater políticas públicas sobre a permanência materna na universidade e na pós-graduação. A intenção é elencar propostas concretas, como acesso dos filhos aos Restaurantes Universitários, criação de centros de referência de combate às violências dentro das universidades, dentre outras políticas que combatam a evasão de mães em razão dos cuidados com os filhos.

O período da tarde deste primeiro dia é reservado a grupos de debates dos seguintes temas: Previdência e mundo do trabalho; Saúde; A história que a História não conta; Estudos Urbanos; Mulheres Cientistas na Política.

Começa nesta quinta-feira, 11 de julho, o 29° Congresso da ANPG, o maior e mais representativo fórum de debates da entidade dos pós-granduandos brasileiros. O evento se estende até domingo, dia 14, na Universidade Federal de Minas Gerais.

O primeiro dia terá início com os trabalhos do 4° Encontro de Mulheres Estudantes da ANPG, que em suas diversas mesas temáticas abordará questões como parentalidade, cuidados e maternidade e suas implicações na vida das pós-graduandas, combate às violências, dentre outros.

Na sexta-feira, o ponto alto será o ato político de abertura do 29° Congresso, com o tema “Construindo um futuro: o papel da pós-graduação no combate às desigualdades, defesa da soberania e desenvolvimento do Brasil”. Após o ato, será realizada uma festa junina para os participantes.

Os temas da reconstrução do país estão no centro das questões tratadas no Congresso. A ministra de Ciência e Tecnologia, Luciana Santos, será a debatedora da mesa “A ciência a serviço do Brasil do século XXI: desafios de um país em reconstrução”.

O evento terá diversos debates sobre a realidade da pós-graduação, a condição dos pós-graduandos e o desenvolvimento científico e tecnológico do país. No final do sábado, 13, será iniciada a Plenária Final do Congresso, que terá conclusão, no domingo pela manhã, com a votação das propostas e eleição da nova diretoria da ANPG.

Confira a programação completa:

Programação 29º Congresso ANPG

11 a 14 de julho de 2024

Belo Horizonte, MG

11 de julho (quinta-feira) 2024

8h30 – Chegada das delegações.

Local: Estacionamento CAD 2 Universidade Federal de Minas Gerais-UFMG.

9h às 11h – Abertura do 4º Encontro de Mulheres Estudantes da Associação Nacional de Pós-Graduandos-EME da ANPG.

Local: Auditório 104 CAD 2 Universidade Federal de Minas Gerais-UFMG.

11 h às 13 h – Almoço.

Local: Restaurante Universitário 2.

14h às 17h – Grupos de trabalho simultâneos.

Temática: Previdência e mundo do trabalho.

Local:  Auditório 104 CAD 2 Universidade Federal de Minas Gerais-UFMG.

Temática: Saúde.

Local: Auditório 102 CAD 2 Universidade Federal de Minas Gerais-UFMG.

Temática: A história que a história não conta.

Local:  CAD 2 – Sala C207 Universidade Federal de Minas Gerais-UFMG.

Temática: Estudos urbanos.

Local: CAD 2 – Sala B304 Universidade Federal de Minas Gerais-UFMG.

Temática: Mulheres cientistas na política.

Local: Espaço Ciência (Tenda MCTI) Universidade Federal de Minas Gerais-UFMG.

17h às 19h – Jantar.

Local: Restaurante Universitário 2.

21h às 01h – Atividade Cultural.

12 de julho (sexta-feira) 2024

8h30 – Chegada das delegações.

Local: Estacionamento CAD 2 Universidade Federal de Minas Gerais-UFMG

9 h às 11h – Grupos de trabalho simultâneos.

Temática: Enfrentamento às violências

Local: Auditório 102 CAD 2 – Universidade Federal de Minas Gerais-UFMG.

Temática: Acesso e permanência.

Local: CAD 2 – Sala B512 Universidade Federal de Minas Gerais-UFMG

Temática: Parentalidade.

Local: CAD 2 – Sala C207 Universidade Federal de Minas Gerais-UFMG

Temática: Mulheres nas exatas.

Local: CAD 2 – Sala C512 Universidade Federal de Minas Gerais-UFMG

Temática: Cinedebate: Universidades livres de violência – uma pauta coletiva com responsabilidade assimétricas

Local: Auditório 104 CAD 2 Universidade Federal de Minas Gerais-UFMG

11h às 12h – Mesa de encerramento

Tema: As tarefas do cuidado e da reprodução da vida na jornada das pós-graduandas.

Local: Auditório 104 CAD 2 Universidade Federal de Minas Gerais-UFMG

11h às 12h – Slam da Ciência

Local: Espaço Ciência (Tenda MCTI) Universidade Federal de Minas Gerais-UFMG.

11h às 13h – Almoço

Local: Restaurante Universitário 1 e 2.

14h às 14h30 – Leitura e aprovação do regimento do 29º Congresso da ANPG.

Local: Auditório 104 CAD 2 Universidade Federal de Minas Gerais-UFMG.

14h30 às 16h – Grupos de trabalho simultâneos.

Tema: Direitos e deveres dos pós-graduandos.

Local: Auditório 104 CAD 2 Universidade Federal de Minas Gerais-UFMG.

Tema: Saúde mental.

Local: CAD 2 – Sala C207 – Universidade Federal de Minas Gerais-UFMG.

Tema: Universidade da integração Amazônica.

Local: CAD 2 – Sala C307 Universidade Federal de Minas Gerais-UFMG.

Tema: Inteligência artificial na produção científica.

Local: CAD 2 – Sala C315 – Universidade Federal de Minas Gerais-UFMG.

Tema: Estatuto da ANPG.

Local: CAD 2 – Sala B404 Universidade Federal de Minas Gerais-UFMG.

Tema: Extensão na pós-graduação.

Local: CAD 2 – Sala C312 Universidade Federal de Minas Gerais-UFMG.

Tema: Ciência aberta e publicação em periódicos.

Local: CAD 2 – Sala C506 Universidade Federal de Minas Gerais-UFMG.

Tema: Residências em saúde.

Local: CAD 2 – Sala B405 Universidade Federal de Minas Gerais-UFMG.

Tema: Divulgação científica para que?

Local: CAD 2 – Sala B413 Universidade Federal de Minas Gerais-UFMG.

Tema: Como se comunicar?

Local: Espaço Ciência (Tenda MCTI) Universidade Federal de Minas Gerais-UFMG.

14h30 às 16h – Debate

Tema: A Internacionalização da Ciência na América Latina e Caribe: Uma Etapa da Integração Regional Soberana

Local: Auditório 102 CAD 2 Universidade Federal de Minas Gerais-UFMG

16h30 às 18h – Debate

Tema: A encruzilhada histórica para a democracia e república brasileira.

Local: Auditório 104 CAD 2 Universidade Federal de Minas Gerais-UFMG

17h às 19h – Jantar.

Local: Restaurante Universitário 1 e 2.

19h30 – Abertura do 29º Congresso da Associação Nacional de Pós-Graduandos-ANPG.

Tema: Construindo um futuro: o papel da pós-graduação no combate às desigualdades, na defesa da soberania e no desenvolvimento do Brasil.

Local: Auditório CAD 1 Universidade Federal de Minas Gerais-UFMG

20h30 às 21h – Lançamento da Exposição do Projeto Memória em Cartaz.

Tema: ANPG: 38 anos de luta pelo Brasil. 

Local: Auditório 104 CAD 2 Universidade Federal de Minas Gerais-UFMG

21h às 02h – Festa Junina

Local: Aquilombar.

13 de julho (sábado) 2024

8h – Chegada das delegações.

Local: Estacionamento CAD 2 Universidade Federal de Minas Gerais-UFMG

10h às 12h – A ciência à serviço do Brasil do século XXI: desafios de um projeto de país em reconstrução.

Local: Auditório CAD1 Universidade Federal de Minas Gerais-UFMG.

11h – Lançamento.

11h às 13h – Almoço

Local: Restaurante Universitário 2.

14h às 17h – Ciclo de debates.

Tema: Os desafios da formação e absorção para o pleno emprego dos jovens mestres e doutores.

Mediador(a):

Local: Auditório 104 CAD 2 Universidade Federal de Minas Gerais-UFMG.

Tema: Reforma universitária: quais inovações são necessárias para a pós-graduação do século XXI?

Local: Auditório 102 CAD 2 Universidade Federal de Minas Gerais-UFMG.

Tema: Qual caminho para garantir 2,5% do PIB para C&T?

Local: CAD 2 – Sala C507 Universidade Federal de Minas Gerais-UFMG.

Tema: A seguridade social para valorização dos pós-graduandos.

Local: CAD 2, Sala C 207, Universidade Federal de Minas Gerais-UFMG.

Tema: Por uma ciência diversa: desafios para uma produção científica plural.

Local: CAD 2, Sala C 512, Universidade Federal de Minas Gerais-UFMG.

Local: Espaço Ciência (Tenda MCTI) Universidade Federal de Minas Gerais-UFMG.

Tema: A importância da ciência e da justiça climática para o desenvolvimento do Brasil.

Local: Espaço Ciência (Tenda MCTI) Universidade Federal de Minas Gerais-UFMG.

17h às 18h – Lanche.

Local: Ônibus.

18h às 21h – Plenária Final 29º Congresso da ANPG.

Local: Auditório CAD 1 Universidade Federal de Minas Gerais-UFMG.

Espaço Ciência – 

VI Salão Nacional de Divulgação Cientifica da ANPG – edição especial 29 CNPG

Atividades: Mostra Cientifica; Feira de Saberes; Maratona Cientifica-Tecnológica

Quinta-feira

10hs-18hs – Exposição da Mostra Cientifica (50 projetos selecionados e 50 projetos convidados)

10hs-18hs – Feira de Saberes (Exposição de Projetos Científicos convidados de PE e MG)

10hs – Abertura do Espaço Ciência 

Convidados: Ana Priscila (Vice-Presidente da ANPG; 

11hs – Batalha de Rima, Sarau e Slam da Ciência (parceria com Nação Hip Hop) e Início do Live Paint Temático (parceria com Nação Hip Hop)

14hs- Grupo de Discussão – Mulheres na ciência 

18hs – Encerramento de todas as atividades

Sexta-feira

10hs-18hs – Exposição da Mostra Cientifica (50 projetos selecionados e 50 projetos convidados)

10hs-18hs – Feira de Saberes (Exposição de Projetos Científicos convidados de PE e MG)

10hs -12hs – Oficinas temáticas 

10hs -12hs – Projetos ligados a cultura Hip-Hop – Reescrevendo a própria História (parceria com Nação Hip Hop)

15hs – Grupo de Discussão

1 – Divulgação Científica para que?

2- Como se comunicar? 

18hs – Encerramento de todas as atividades

Sábado

10hs-18hs – Exposição da Mostra Cientifica (50 projetos selecionados e 50 projetos convidados)

10hs-18hs – Feira de Saberes (Exposição de Projetos Científicos convidados de PE e MG)

09hs – Início da votação dos prêmios ANPG (oito trabalhos selecionados nas oito grandes áreas do conhecimento)

09hs – 12hs – Mesas de debates

Mesa de debate 1 – A importância da ciência e da justiça climática para o desenvolvimento do Brasil. 

Mesa de debate 2 – Por uma ciência Diversa: desafios para uma produção cientifica plural

18hs – Término da votação dos Prêmios da ANPG

Domingo

09hs – Premiação da Mostra Cientifica e Maratona Cientifica-Tecnológica

Programação Maratona Cientifica-Tecnológica

11 de julho – Quinta-feira

15h – Recepção dos participantes, com explicação da dinâmica e apresentação dos grupos.

16h30 – Apresentação do desafio proposto 

12 de julho – Sexta-feira

8h – Apresentação dos mentores e cronograma do dia

9h – workshop – desenvolvimento de pitch 

11h – workshop MVP

13h – Almoço

14h30 – Retorno

Desenvolvimento com mentoria até às 18h30

13 de Julho – Sábado

8h30 – Retorno das atividades

Almoço livre

Desenvolvimento com mentoria disponível aos grupos

17h – Entrega das soluções

17h30 – Avaliação 

14 de julho – Domingo

09hs – Premiação da Mostra Cientifica e Maratona Cientifica-Tecnológica

Convidados: reitores IFMG; UEMG; UFMG; UFV; Deputado Federal Pedro Campos e Instituto Serrapilheira.

São Paulo, 26 de junho de 2024


A Direção Executiva da Associação Nacional de Pós-Graduandos, no uso de suas
atribuições como Comissão Organizadora do 29° Congresso Nacional de Pós-graduandos,
estabelecidas no Estatuto da ANPG e no regimento do 29° CNPG, torna pública a seguinte
retificação do regimento supracitado, cujas alterações estão a seguir elencadas:

  1. A fim da garantia da participação da delegação de pós-graduandos do estado do
    Rio Grande do Sul, no capítulo III, das Disposições Gerais, alteração do § 1º do
    art. 22:
    ONDE SE LÊ:
    Art. 22 –
    §1º – Caberá a Comissão de Organização do 29º CNPG apresentar novo calendário para os processos
    eleitorais das delegadas e delegados para o 29º CNPG a serem realizados no estado do Rio Grande do
    Sul em até 30 (trinta) dias antes da data da realização do evento.
    LEIA-SE
    Art. 22 –
    §1º – Caberá a Comissão de Organização do 29º CNPG apresentar novo calendário para os processos
    eleitorais das delegadas e delegados para o 29º CNPG a serem realizados no estado do Rio Grande do
    Sul em até 15 (quinze) dias antes da data da realização do evento.
  2. A fim da garantia da participação da delegação de pós-graduandos do estado do
    Rio Grande do Sul, no capítulo III, das Disposições Gerais, inclusão do art. 23
    após o art. 22:
    LEIA-SE
    Art. 23 – A APG, Federação, Associação, Comissão Pró-APG, ou C10 representantes de pósgraduandos do estado do Rio Grande do Sul que foram credenciadas até a data de 08 de maio de 2024
    estão isentas da realização do processo eleitoral disposto na Seção III deste Regimento.
    §1º Os processos eleitorais das delegadas e delegados para o 29º CNPG a serem realizados no estado
    do Rio Grande do Sul serão realizados por meio de indicação dos delegados.
    §2º A indicação dos delegados titulares e suplentes será feita através do formulário disponível pela
    Comissão de Credenciamento, anexando Ata Padrão, Ata de Indicação assinada pela C3 ou C10
    credenciadas enquanto responsáveis pelo processo e Comprovantes de matrícula de cada delegado
    titular ou suplente indicado, entre a data de 27 de junho de 2024 e 30 de junho de 2024.
  3. Alteração da data do pré-credenciamento:
    ONDE SE LÊ:
    Art. 20 – O Pré-credenciamento das delegadas, delegados e suplentes ocorrerão no dia 29 de junho de
    2024 na sede jurídica da ANPG. E até o dia 01 de julho de 2024 todos os processos eleitorais validados
    pela Comissão de Credenciamento serão listados e publicizados no sítio oficial da ANPG na internet,
    bem como os processos invalidados acompanhados de justificação sobre os motivos da invalidação por
    parte da Comissão de Credenciamento.
    LEIA-SE
    Art. 20 – O Pré-credenciamento das delegadas, delegados e suplentes ocorrerão no dia 02 de julho de
    2024 na sede jurídica da ANPG. E até o dia 04 de julho de 2024 todos os processos eleitorais validados
    pela Comissão de Credenciamento serão listados e publicizados no sítio oficial da ANPG na internet,
    bem como os processos invalidados acompanhados de justificação sobre os motivos da invalidação por
    parte da Comissão de Credenciamento.
  4. Calendário do XXIX CNPG
    ONDE SE LÊ:
    29.06.24 – Pré-credenciamento dos delegados e delegadas e suplentes
    01.07.24 – Publicização da lista de delegados, delegadas e suplentes para o XXIX CNPG
    LEIA-SE
    27.06.24 – Prazo inicial para indicação de delegados e delegadas do estado do Rio Grande do Sul
    30.06.24 – Prazo final para indicação de delegados e delegadas do estado do Rio Grande do Sul
    02.07.24 – Pré-credenciamento dos delegados e delegadas e suplentes
    04.07.24 – Publicização da lista de delegados, delegadas e suplentes para o XXIX CNPG

DIRETORIA EXECUTIVA DA ANPG

A sessão plenária do Senado de 25 de junho de 2024 aprovou o Projeto de Lei 1.741/2022, de autoria da deputada Talíria Petrone, que garante o direito a licença maternidade e paternidade de 180 dias para estudantes do ensino superior e da pós-graduação em caso de nascimento ou adoção de filhos. Como já havia sido aprovada na Câmara, a matéria vai à sanção presidencial.

O projeto é uma importante conquista do movimento estudantil, pois além da prorrogação de prazos para apresentação de Trabalho de Conclusão de Curso ou Dissertação, garante também a extensão das bolsas de estudos por esse período de 6 meses.

Outro avanço do PL é garantir afastamento e extensão de prazos em casos de hospitalização dos filhos por prazos superiores a 30 dias.

“É uma grande vitória, pela qual a ANPG luta há muito tempo, pois se queremos de fato democratizar a pós-graduação e garantir a representatividade da sociedade na ciência, precisamos criar as condições para que a maternidade e a paternidade não sejam fatores de exclusão ou que impeçam essas mães e pais de continuarem suas pesquisas”, avaliou Vinícius Soares, presidente da ANPG.

Ana Priscila, vice-presidenta, avalia que a aprovação dessa lei é demonstrativa que como mulheres ocuparem espaços de poder favorece o avanço dessas pautas. “Isso é uma vitória que a gente comemora muito e tem muito a ver com o fato de termos mulheres cientistas agora decidindo sobre nossas vidas nos espaços públicos”, celebrou.